segunda-feira, 26 de abril de 2010

QUERCUS DENUNCIA "ATENTADO" AO AMBIENTE EM EXPLORAÇÃO DE SAIBRO NA HERDADE DA COMPORTA

A associação ambientalista Quercus denunciou  o risco ambiental encontrado na saibreira da Herdade da Comporta (propriedade do Grupo Espírito Santo), em Alcácer do Sal, depois de se ter deslocado ao local e constatado depósitos de entulho, com tijolos e alcatrão, e que "ultrapassam os muitos milhares de toneladas", escondidos debaixo de uma camada de areia.


Diogo Gomes, da Quercus do Litoral Alentejano confirma que "tem havido pessoas que vão lá depositar entulho, bocados de tijolos e até alcatrão, em quantidades muito grandes. Não se sabe há quanto tempo, nem há forma de calcular as quantidades, sendo que houve uma cobertura rápida com as areias", sendo que com a água das chuvas arrastou a areia e "está tudo à vista".

A acusação recai sobre a empresa Burgausado, que "deverá perder a concessão da saibreira no início de Maio por denúncia do respectivo contrato", de "acentuar o ritmo de exploração, laborando mais de 17 horas por dia e colocando em perigo a segurança dos trabalhadores".

Diogo Gomes aponta ainda que "sabendo-se que as escavações estarão abaixo dos níveis freáticos, o problema colocará em risco a saúde pública e terá impactes graves ao nível da conservação da natureza e do ambiente".

Manuel Cachadinha, responsável da empresa Burgausado justifica-se dizendo que "às vezes colocamos lá [na saibreira] terras vegetais, tiradas do Carvalhal [Grândola] e que às vezes têm alguns resíduos de tijolo, porque eram terrenos que antigamente eram galinheiros. Não retiramos esses resíduos porque não dá para ter alguém a tirar pedrinha a pedrinha".

A denúncia da Quercus foi apresentada ao Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR, no dia 18 de Abril, e na segunda-feira contactou o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), tendo acompanhado "os vigilantes ao local, de forma a tomarem conta da ocorrência.

5 comentários:

PM disse...

Ó Pina isso é bricadeira de crianças, o novo jogo on line é que dá pica.

“Hoje não”

Hoje não estou com vontade de me dedicar a assuntos sérios e ainda bem pois dei-me conta de uma curiosidade que é a seguinte, agora para além da pressão dos média para que haja acontecimentos fora do comum, existe também a pressão da indústria de jogos electrónicos para que tais acontecimentos ocorram para de seguida aproveitarem a deixa e lançar logo no mercado os respectivos jogos.

E é a isso que eu tenho estado a dedicar-me hoje, a um novo jogo on-line que descobri, tem a ver com esta crise global e já integra também a crise provocada pelo vulcão, é bastante complicado de princípio mas depois de algumas horas em frente ao PC e de entender umas quantas regras básicas até não me estou a sair nada mal.

Queiram então saber que comecei por investir um dinheirito que herdei de uma tia rica, em Wall street, é quase sempre assim as histórias de sucesso começam sempre por um golpe de sorte, dei-me bem e ganhei uma massas valentes, mas melhor que isso como joguei na principal praça tive também a sorte de me fazer notado e conhecer uns tipos influentes, é claro tive que investir um pouco de início, mas agora tenho-os na mão.

Numa jantarada, diga-se que me custou bastante cara, no Manhattan Chase Hilton convenci os tipos a vir para a imprensa especializada dizer que Portugal e a Grécia estavam de pantanas e tal, o resto já vocês sabem, foi o último investimento que tive que realizar, a partir daí tem sido só facturar, já vos conto.

Com a massa que ganhei investi forte e feio na dívida pública destes países, é claro que depois das declarações dos meus amigos na imprensa os meus títulos valorizaram uns milhões, vendi deles uma parte substancial e realizei logo uma maquia que nem vos digo quanto para não vos baralhar, tantos eram os zeros.

Com parte deste dinheiro adquiri a Islândia que como sabem estava de pantanas, eles até me agradeceram e tratei logo de lançar em erupção os dois principais vulcões do país, neste momento os céus da Europa e dos EUA estão cobertos por uma nuvem que paralisou 85% da aviação no hemisfério norte, as cotações do barril de crude estão a cair fortemente, pois a aviação é um dos principais clientes das refinarias.

Dei ordens em bolsa para comprar tudo o que apareça de companhias petrolíferas, pois muitas estão em forte queda devido à minha nuvem e vai daí conto em breve tornar-me dono das principais empresas de refinação do planeta, depois é só fechar as válvulas de queima dos vulcões para que aviação volte aos céus e aí já serei eu a controlar quase na totalidade os preços dos combustíveis, aí sim vou ganhar como nem imaginam e já estou a pensar em especular na indústria extractiva de metais pesados, para de seguida vir a controlar a fatia da energia nuclear e em breve serei dono do mundo por via do controlo da energia…

…ai o PC desligou, faltou a energia, bolas e eu nem gravei esta treta, que maçada vou ter que começar tudo de novo, bom mas com a experiência de hoje tenho cá a impressão que amanhã ainda me vai correr melhor o dia, deixa-me cá ligar já aos meus amigos de Wall street.

PM disse...

Ó Pina viste por aí o elefante ?

“Os binóculos”

O meu tio africano perguntou-me uma vez se eu sabia como caçar um elefante com os seguintes objectos, uma caixa de fósforos, uma pinça e uns binóculos, eu fiz uma cara de espanto, pensei alguns instantes e dei-lhe a resposta óbvia, não, pois é simples disse-me ele, com os binóculos procuras na savana um elefante, ao encontrá-lo vais-te aproximando cuidadosamente, quando já estiveres bem próximo abres a caixa de fósforos, viras os binóculos ao contrário, pegas no elefante com a pinça e coloca-lo dentro da caixa e já está, vês é simples.

Veio isto a propósito de quê, de quase tudo em geral e de nada em particular, como dizia o outro, mas ao ler que o governo está a estudar um determinado sector da actividade administrativa, porque descobriu que este tem administradores a mais, eu acabo por fazer a mesma cara de espanto que fiz quando o meu tio naquela época me ensinou a caçar elefantes.

Faço também uma imensa cara de espanto quando os nossos governantes e demais líderes afirmam, como há uns dias o ministro que disse não compreender o mecanismo que leva à formação dos preços de determinados bens.

Faço também uma imensa cara de espanto, quando em vez de se remunerar a pouca poupança do português, com os célebres certificados de aforro se opta por remunerar os especuladores ao emitir dívida pública para o mercado internacional e os certificados que demoraram quarenta ou mais anos a conquistar fama estejam agora a ser assassinados desta forma, não que eu seja um especialista na matéria, mas de tanto os ouvir falar.

Poderia dar muitos mais exemplos para justificar a cara de espanto que sou obrigado a fazer amiúde, o que eu não vejo é nenhum dos nossos responsáveis fazer uma cara de espanto, ao ver a ginástica que por aí se faz para conseguir ir vivendo com o custo de vida e os rendimentos disponíveis, como diz o outro, os especuladores voltaram ao mercado, embora eu ache que nunca de lá saíram e se não forem tomadas medidas drásticas não vamos ter um futuro brilhante.

Parece-me que temos sido governados por ilustres e brilhantes personalidades, ninguém lhes retirará o mérito, mas que na minha modesta opinião têm andado a olhar para as realidades com os binóculos virados ao contrário, será talvez chegada a hora, se é que ainda vamos a tempo, de voltar a virar os binóculos, para tentar perceber a verdadeira dimensão do problema e rapidamente encontrar a melhor forma de enfrentar o elefante.

PM disse...

Ó Pina, tu existes ? E usas cinto ?

“Os extremos”

É comum ouvir-se dizer que os extremos se tocam, não é verdade os extremos nunca coexistem logo não podem tocar-se, pois os acontecimentos no nosso mundo seguem uma linha sinusoidal ou seja alternam entre um mínimo e um máximo passando por todos os pontos intermédios, à medida que o tempo corre, isso só aconteceria se o tempo não corresse, não fosse mensurável ou seja não existisse, aí poderíamos atingir o mínimo e o máximo em simultâneo, é possível imaginar mas não é assim.

Um exemplo prático, eu aperto o cinto, estamos no ponto de máximo estrangulamento da cintura, se porventura eu decidir afrouxar o cinto posso fazê-lo, mas entretanto já decorreu um certo período de tempo até se atingir um ponto de estrangulamento intermédio e se eu decidir retirar o cinto já outro período de tempo passou até ao ponto de estrangulamento mínimo ou de não estrangulamento.

Pegando ainda no conceito tempo nós somos a existência aqui hoje, neste lugar, mas não representamos nada na escala global do tempo, desde que o tempo é tempo e até que o tempo decida deixar de o ser, não sabemos quando, logo somos uma ínfima porção de existência nessa escala que se convencionou mediria existências.

Quanto à nossa dimensão então aí é que somos nada, se pensarmos na real dimensão do universo em que ouvimos falar de poeiras cósmicas, nós nem chegamos a representar um grão apenas dessa poeira, tal é a imensidão desse universo conhecido, fora aquele que ainda não se conhece.

É por isto tudo que eu penso não devemos preocupar-nos demasiado com ratings pois o que hoje é amanhã já era, devido à linha sinusoidal e quando já for outra vez provavelmente já se foi para nós devido à nossa pequenez existencial e se o for por muito tempo, o que eu não acredito, não vai logo afectar o nada que somos em tamanho.

Como português e alentejano eu gosto sempre de pensar que somos balizados por dois extremos entre os quais oscilamos e assim vai continuar a ser enquanto cá existirmos, o máximo que é o porreiro pá, representa o tudo bem e passando por todos os pontos intermédios à medida que o tempo corre, somos levados ao outro extremo, o mínimo ou o anti-porreiro pá que é o tudo mal que para quem não sabe costuma dizer-se, porra pá.

PM disse...

Ó Pina em que degrau te encontras ?

“Confiança”

Atrás de mim virá quem bom de mim fará, parece ser a regra do momento, juntamente com o tiro ao boneco, pois parece também que quanto mais depressa se mudar os bonecos melhor.

Veja-se o exemplo de ontem em que os dois principais líderes da nossa praça se reuniram para tentar restabelecer os níveis de confiança quando um deles, em entrevista publicada hoje no diário Espanhol ABC, veio à praça dos nossos dias, a comunicação social, dar umas facadinhas no outro.

Isto leva a uma total perda de confiança, se é que ainda existia alguma, nas pessoas que nos dirigem e por seu lado acredito que não lhes proporcionará a elas a calma suficiente para que possam tomar as melhores decisões.

Já das instituições falando e das suas conclusões e recomendações também que confiança pode haver se observarmos o rol de diferentes opiniões e conclusões, por vezes até em sentido contrário, cada um puxa a brasa à sua sardinha mais uma vez na praça dos nossos dias, a comunicação social.

Existem tanto exemplos domésticos como fora de portas, é a desconfiança de tudo e todos para com tudo e todos que parece ter vindo para ficar, este tipo de clima favorece seguramente a venda de notícias e parece favorecer também o quanto pior melhor, pois com este tipo de atitudes estamos a proporcionar uma descida de nível, degrau a degrau na escadinha que nos leva ao inferno.

Tal como na anedota da velha senhora que morreu e chega junto a duas portas e logo vêm recebê-la, então vem para o céu, sim claro, mas escuta um ruído de berbequim a perfurar e pergunta que ruído é aquele, então estão a furar a cabeça do último que chegou para colocar a auréola, e esse outro ruído, então estão a furar as costas para colocar as asas, então não, vou para ali, bom mas ali é o inferno, certo mas ao menos se quiserem pôr-me um rabo já tenho o furo feito.

E é assim mesmo, sem medos, vamos lá pois se for preciso já temos o furo feito.

PM disse...

Ó Pina se tivesses dois neurónios como os meus já te tinhas atirado ao mar.

“Tico e Teco”

O Tico e o Teco são os dois neurónios que habitam no meu cérebro, o Tico é um tipo racional e reside no hemisfério esquerdo, normalmente e por vocação ocupa-se dos assuntos mais ligados aos números, já o Teco é um tipo mais dado ao sentimento e criatividade que reside no hemisfério direito.

Por serem dois tipos com personalidades muito diferentes e que residem próximo um do outro por vezes envolvem-se em acesas discussões, expressando normalmente os seus pontos de vista, ambos válidos e defensáveis.

No outro dia a propósito da vocação do nosso país o Tico com o pragmatismo que o caracteriza defendia que a adesão à união europeia e à moeda única tinha sido a melhor solução, já o Teco com uma visão mais histórica defendia a nossa vocação africana e qual mini jangada de pedra, dizia ele, devíamos ter-nos separado deste continente e ter acostado ao continente africano.

Quanto aquilo que devem ser as nossas opções ferroviárias também têm ambos visões muito distintas, enquanto o Tico concorda com a ligação à rede europeia de alta velocidade através do TGV, o Teco advoga que nós devíamos adquirir o recentemente desactivado expresso do oriente e estender as suas linhas desde o Algarve até à Côte d’Azur, numa linha de vocação turística ao longo do mediterrâneo.

Já no que diz respeito aos gastos com as grandes obras públicas, O Tico com a sua habitual visão muito tecnicista da coisa defende que devem ser executadas sob elevado controlo e rigor financeiro, enquanto o Teco não vê mal nenhum se daquela dinheirama toda e assim sem dar muito nas vistas, uma pequeníssima percentagem sirva para financiar outros projectozitos paralelos.

No que toca ao futuro imediato do país o Tico, claro está, defende uma discussão alargada com tecnocratas, economistas, gestores e outros para encontrar as melhores soluções, já o danado do Teco saiu-se com a ideia de convidar um plateau de criativos, tais como encenadores, realizadores e outros, no sentido da criação de outros cenários e daquilo que bem poderia ser o início de um novo filme.

Como eu dizia ambos têm as suas razões e pontos de vista amplamente defensáveis, mas eu como face visível e hospedeiro destes dois cretinos já começo a estar um pouco farto das suas discussões, de tal forma que começo mesmo a considerar a hipótese de, no período que agora se avizinha, dar a ambos umas férias e sentar-me no sofá a ver os jogos do mundial.