Mamar em Português
Ó Ricardo salgado, quanto do teu capital
São euros de Portugal!
Por te sustentar-mos, quantas mães depositaram,
Quantos Ulricht’s por ti rezaram!
Quantas Amados ficaram por mamar
Para que fosses nosso, sem o levar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Santos Ferreira,
Tem que depositar aguentando a dor.
Deuses do capital o abismo nos deu,
Mas neles é que espelhou o céu.
57 comentários:
Não sou amante de fado, mas deste fico embriagado,
"Alma Minha Gentil"
Gonçalo Salgueiro
http://www.youtube.com/watch?v=Jv2Je-8vY48
Ó Pina ele há dores assim!
"Alma minha"
Fui dar de beber à dor
Mas ela não tinha sede
Pr’a bem da sua saúde
Pus um bife no assador
Também não tinha fome
Mais um esforço em vão
Venho a descobrir então
Dor não bebe nem come
Intrigado com o mistério
Procurei com muita calma
Qualquer possível critério
Para ver se a dor acalma
Mais um esforço inglório
Era uma dor cá da alma.
Ó Pina há horas assim!
"Aconteceu"
Nada acontece por acaso
Mas por acaso aconteceu
Nunca mais me esqueceu
Deste misterioso caso
Vinha eu chapada abaixo
Ouço uma voz bem fininha
Pela tua saúde rica filhinha
Ajuda-me que não m’abaixo
Estava a velhinha na colina
Sapato de cristal calçado
Ao lado um’abóbora pequenina
Dois ratos em seu redor pulavam
Na parede um relógio parado
Ponteiros meia-noite indicavam.
Ó Pina o tuga é bom de bola.
"Adidas"
Já te tinha visto no site
Nunca te tinha apalpado
Fiquei todo entusiasmado
Com tua pele, vai lá vai-te
Foi tão grande a excitação
Desde do dia que te toquei
Até para a cama te levei
Pulavas ao bater no chão
Foi tão boa a experiência
Contigo dar umas corridas
Não cansava a insistência
Foram tardes bem vividas
Com calor e envolvência
Minha rica bola adidas.
Ó Pina às vezes basta um mau jeito para estragar a festa.
"Mau jeito"
No dia de São Martinho
A bela castanha assada
Não pensar em mais nada
Bota abaixo copo de vinho
Bota abaixo dois ou três
Recosta-te no cadeirão
Com o charuto na mão
Diz-me depois o que vês
Vejo tudo a andar à roda
Arrotei por estar satisfeito
Mas isso não me incomoda
Incomoda-me o mau jeito
Sinto um ardor no peito…
Acordo enfim, já refeito.
Ó Pina os blindados são de gritos.
"Lado negro"
Da cimeira não sei nada
Mas uma coisa já aprendi
Anda uma organização aí
A manifestar-se à pedrada
Tenham cuidado moçada
As pedras não ficam no ar
E ao cair podem quebrar
Ou podem não quebrar nada
Tenham atenção aos blindados
Os americanos principalmente
Vêm completamente artilhados
São o último grito certamente
Que nós estamos preparados
Pr’a lidar com toda a gente.
Ó Pina se for no Verão pode ser na Comporta.
"Cimeira"
Há pr’a aí outra cimeira
Dos ricos, ouvimos dizer
Esses têm muito a perder
Salvaguardem a algibeira
Já os pobres, coitados
Não fazem uma reunião
Falta o guito pr’o avião
Por andarem depenados
Com a evolução da crise
E a agravar-se a situação
Já ouvimos quem ironize
Vai instalar-se a confusão
Na próxima que se realize
Irão com as calças na mão.
Ó Pina mas que povo este.
"Candidato"
Dêmos graças aos candidatos
Sacrificam-se pelo nosso bem
Sejam os de S.Bento ou Belém
Incompreendidos em seus actos
Por este povo mal agradecido
Que só com futebol se satisfaz
Candidato em sorrisos se desfaz
Só leva cortes, àh povo bandido
Òh candidato, outro povo merecias
Que este que te coube em sorte
É ingrato, não sabe que padecias
Mas tu candidato faz-te forte
Reconhecido serás pois merecias
Senão reconhecer-te-ão na morte.
Ó Pina tenho um pronto a vestir com três ideias.
"Deserto"
Folheio mas já não leio
Carola velha, nova ideia?
Assim não apanho boleia
De tão igual este paleio
Carola nova, vaga ideia
Boleia assim não quero
Não embarco no efémero
Não adiro à verborreia
Inventem carolas por favor
Que mesmo de ideias cheias
Não as consigam expor
Evitam-se assim verborreias
E tudo o que querem impor
Dum pronto a vestir de ideias.
Declíno dos impérios
Trabalho de Pedro Cruz premiado internacionalmente,
http://mondeguinho.com/master/information-visualization/empires-decline-%e2%80%93%c2%a0revisited
Ó Pina Portugal tem medalha de oiro.
"Júbilo"
Dorme descansado irmão
Tens razões para rejubilar
Grécia está em último lugar
Irlandeses em penúltimo estão
Nós temos medalha de oiro
Deste campeonato dos tesos
Sairemos por certo ilesos
Juntamos a medalha ao tesoiro
Neste pódio dos miseráveis
Temos o prémio de consolação
Por não sermos execráveis
E até os governantes da nação
Nos consideram adoráveis
Pela enorme compreensão.
Manifesto
POR TI PORTUGAL!
Já ninguém atura as ladainhas da classe política deste País!
Já estamos fartos de tanta hipocrisia e de tanto desprezo dado por estes indivíduos, que são eleitos para representar o Povo, para idealizar e executar o rumo do nosso Portugal.
Estamos actualmente no fim de um ciclo económico e político, os tempos de prosperidade e de ilusória riqueza já se estão a desvanecer.
As crises são cíclicas sempre as houve e sempre as haverá... são derivadas a uma conjugação de factores, todos eles documentados, factores geracionais, factores geopolíticos entre outros... e a despoletar tudo isto os factores económicos.
Estamos num período crítico e ideal, para idealizar, sugerir e concretizar uma mudança de valores, de atitude e de rumo para o País.
Não somos obrigados a viver sempre sobre pressão destes ciclos económicos, é tempo de mudar, é tempo de agir e parar com a hipocrisia.
http://engenho.atuaoportunidade.com/
Bob Marley- WAR
http://www.youtube.com/watch?v=mwT-DNQ8W-8&feature=related
Ó Pina o cheiro a banana é irresistível.
"Hominídeos"
Portugal é dos portugueses
Grécia aos gregos pertence
Aos povos ninguém vence
A Irlanda é dos irlandeses
Mas os povos estão cansados
Desta económico ditadura
Que desde a criação dura
Nestes e em tantos reinados
O dinheiro em todos manda
Esta é a natureza humana
E não pode ser contornada
O vil metal um cheiro emana
Que os hominídeos condiciona
É como pr’os macacos, a banana.
Antigamente alguns diziam assim:
O António há-de morrer!
A Oliveira há-de secar!
O Sal há-de derreter!
E o azar há-de acabar!
Actualmente é caso para todos dizerem:
O António já morreu!
A Oliveira já secou!
O Sal já derreteu!
Mas o azar não acabou!
Ó Pina irriga-te, melhor é um reserva.
"Dissecação"
Orçamento vai ser dissecado
Já se encontra no gavetão
Legista já está preparado
O bisturi também está à mão
Um corte na zona do peito
Não foi falta de circulação
Outro na zona dos intestinos
Também não era obstipação
O cérebro ficou para último
Não era principal preocupação
Mas viu-se estava verdíssimo
Para nossa grande admiração
Na certidão ficou claríssimo
Causa da morte, falha na irrigação.
Ó Pina é tão natural como a tua sede.
"Luso herói"
É um artista português
O da pasta medicinal couto
Mas esse caiu-nos no goto
Daí para cá é o que vês
Terá o português suave
Vindo ocupar-lhe o lugar
Agora é o que está a dar
Veio pr’a ficar o alarve
Não mais passou pl’a goela
O beirão de quem se gosta
Levamos todos por tabela
De tanto os vermos actuar
Tão natural como a tua sede
Vêm e ficam pr’a nos tramar.
Ó Pina é urgente descobrir a vacina.
"Infectado"
O contágio estará eminente
Mas a vacina ainda não temos
Uma coisa já todos sabemos
Que o vírus é bem persistente
Dr. Teixeira o doente observou
Poderá necessitar intervenção
Mas também pode ser que não
Na paleta o diagnóstico anotou
Outra coisa foi recomendada
Por um Dr. bem conceituado
A partir de agora boca fechada
Para o doente não ser penalizado
Pois a infecção pode ser agravada
Se o diagnóstico fôr desvirtuado.
Ó Pina assim podem continuar a desfilar.
"Passarele"
Portugal nunca foi a Grécia
Agora também não é a Irlanda
Passada com distinção a geografia
Classe política que em nós manda
Oh meus caros governantes
Vejam lá se tiram um mestrado
Para não serem meros talhantes
Deste nosso país esquartejado
Que o façam em alta-costura
Aprendam a desfilar na passarele
Adelgacem a vossa cintura
Para diversificar o vosso papel
Garantem uma vida de loucura
Mesmo se a política vos fôr infiel.
Ó Pina afinal os submarinos são preciosos.
"Batalha naval"
Nova ordem mundial
É já ao virar da esquina
Escuta isto é pr’a teu mal
Mas é a nossa doutrina
Vamos ganhar uns biliões
Por isso temos que o sacar
Mas para nós são só tostões
Tudo iremos escavacar
Lembras a batalha naval
Um tiro no couraçado
Afundar barcos era normal
Vêm daí as nossas raízes
Este era o nosso passado
Agora é afundar países.
Ó Pina cuidado com as torres.
"Torres de papel"
Nesta sociedade falhada
Cheia de torres de papel
E esquemas em carrossel
Vamos acabar à dentada
Sentes o peso nos ombros
Das torres a desmoronar
Não tens como desabafar
Já no meio dos escombros
Não tens quem te reconforte
Vives um tempo duro de roer
Em que certo só tens a morte
E se acaso pretendes saber
O que te irá caber em sorte
Vê como eras antes de nascer.
Ó Pina foram muitos.
"Duelo ibérico"
Eles com o touro osborne
Nós com o galo de barcelos
Em noite de duelos ibéricos
É certo que ninguém dorme
Enfardaram quatro no saco
Desta vez nuestros hermanos
Fomos um pouco desumanos
Fizemos os homens num caco
Foi uma goleada histórica
Nunca antes se havia visto
De uma forma tão categórica
Não mais esqueceremos isto
Jogou-se com uma bola esférica
Paulo Bento a primeiro ministro.
Ó Pina tenta não ser um escaravelho.
"Grilhetas"
Nem um cêntimo pr’a guerras
Ou um tostão pr’a grilhetas
Tu que ouves tantas petas
Vê lá bem em quem ferras
Põe um filtro muito grande
Na antecâmara do teu pensar
Porque se não consegues filtrar
Vai haver quem te comande
Nem um escudo pr’a tabaco
Ou um euro pr’a whisky velho
Tanto fumar parte-te o caco
Beber ofusca-te o trambelho
O antepassado era um macaco
Tenta não ser um escaravelho.
Ó Pina já chegou.
"Tubarões"
Obamemo-nos meu irmão
Que o homem está a chegar
Terá vindo para nos salvar?
Temos que aguardar o sermão
Aos peixes não discursará
Nem por certo aos camarões
Acredito, falará aos tubarões
Qu’ele sabe bem onde os há
Estiquem bem a passadeira
Vermelha em seu esplendor
Desfraldem a sua bandeira
Rufem os tambores a rigor
Em sua honra cerrem fileira
Será ele o salvador?...
Ó pina ri com os presidentes.
"Dentagard"
O brilho da super nova
Ofusca a estrela cadente
Atente-se em cada dente
Que o firmamento renova
Ri sem medo e por gosto
Em tempo de crise também
E até no Palácio de Belém
Rir ainda não paga imposto
Ó Senhores Presidentes
Soltem lá uma gargalhada
Arreganhem esses dentes
Pr’a vós não significa nada,
Pr’a maralha de descrentes
É uma esperança renovada.
Ó Pina nem um pouco de porrada.
"A cadeira"
Mas que raio de cimeira
Não se parece com nada
Nem um pouco de porrada
E ninguém cai da cadeira
Ó meu querido salazar
Foste o único a fazê-lo
Hoje é só dor de cotovelo
Nem se sabem estatelar
Vou-m’amandar da cadeira
Estatelar-me na almofada
Vão-se é encher de poeira
Nem um pouco de porrada
Mas que raio de cimeira
Nem Black Bloc nem nada.
Ó Pina para quando a cimeira da Comporta?
"Campeonato"
Foi preciso a nossa nação
Grandiosa cimeira realizar
Para que o presidente afegão
Boa governação vá praticar
Ó amigos do Afeganistão
Realizem já uma cimeira
Para que a nossa governação
Se comprometa dessa maneira
Faremos uma competição
Entre as principais cimeiras
Para apurar o grande campeão
E fora de brincadeiras
Terá a grande consagração
A que produzir menos asneiras.
Ó Pina viva o escudo anti-fome.
"Meninos"
Portugal fora da nato
A nato fora de mim
Eu sei que estou apto
Pr’a defender o jardim
Que lindas roseiras tem
Com espinhos pequeninos
Vai anunciar à tua mãe
Defenderemos os meninos
De barriga vazia não
Anti-míssil pode esperar
Trocá-lo-emos por pão
Para a esperança semear
Pois não teremos perdão
Com meninos sem cear.
Ó Pina um churrasquinho não vai?
"Churrasquinho"
Ó gente da minha terra
Agora é que eu percebi
Que o mecanismo emperra
E é por certo graças a ti
Lindo fato Armani vestes
Exiges-nos mundos e fundos
Prometer também prometestes
Mas não vimos dividendos
Das reformas prometidas
Só uma falta concretizar
E é sem sombra de dúvidas
A que ainda nos pode salvar
Dar no monstro umas facadas
E pô-lo no espeto a assar.
Ó Pina estás a afinar o carrilhão?
"O carrilhão"
Assim como o relógio parado
Acerta na hora duas vezes
Também um país estagnado
Dá nó cego aos portugueses
Peçam ao relojoeiro do reino
Para desmontar o carrilhão
Que verifique cada sino
Usando o melhor diapasão
No final desta aventura
Chamem o carrilhonista mor
Ele que toque uma partitura
Em dó sustenido maior
Se interpretada com bravura
Devolver-nos-á o esplendor.
Europeana: Pensar Cultura
A Europeana permite às pessoas explorar os recursos digitais de museus, bibliotecas, arquivos e colecções audiovisuais da Europa. Promove oportunidades de descoberta e de actividade num espaço multilingue onde os utilizadores podem colaborar, partilhando e sendo inspirados pela rica diversidade do património cultural e científico da Europa.
Idéias e inspiração podem ser encontradas em mais de 14.6 milhões de itens presentes na Europeana.
http://www.europeana.eu/portal/aboutus.html
Ó Pina não vale a pena chorar o prejuízo.
"O aviso"
Vemos, ouvimos e lemos
Não podemos ignorar
Com a sanidade que vemos
Alguém nos venha salvar
Venha sobre nós o avião
E a bomba venha lançar
Que não haja explosão
Seja apenas para nos avisar
Pois precisamos de aviso
Antes da epidemia geral
Onde todos percam o juízo
Sob este clima visceral
Tentemos conter o prejuízo
Tentemos salvar Portugal.
Ó Pina estamos mais pobres.
"Esterco"
Agora estamos mais pobres
Uma sumidade o descobriu
Mas aquilo que ele não viu
Foi que antes ficámos podres
Podres de falta de vergonha
Podres de respeito nenhum
Podres e fartos do lugar comum
Podres e fartos da vossa fronha
Pr’a bem longe vão apodrecer
Que aqui outro jardim floresce
E novas espécies vão nascer
Afastem-se de nós e então sim
Quando estiverem bem podres
Voltem como esterco do jardim.
Ó Pina já viste o raio da vaca.
"Vaca"
Eu tenho uma vaca leiteira
Mas a magana não dá leite
Vou é plantar uma oliveira
Começar a produzir azeite
E se a oliveira me falhar
Ainda considero alternativa
Vou daqui pr’a outro lugar
Vou-me dedicar à estiva
Com o dinheiro que apurar
Compro legumes e azeite
Bela salada vou preparar
Pr’a beber antes que me deite
Com o dinheiro que restar
Compro ainda café e leite.
Ó Pina tá lindo o tacho.
"O salazar"
A greve geral está a chegar
Serviços mínimos nem pensar
Vamos mas é para a rua gritar
Ó Sócrates vai-te mas é catar
Que o país estás a afundar,
Tragam mas é já o salazar
Para o fundo ao tacho raspar
Antes da malta ter que bazar
Bazamos de bolsos recheados
P’ra compensar os predicados
Dos quais somos bem dotados
Os que vêm a seguir coitados
Vão andar uns anos marados
Até que sejam resgatados.
Johnny Cash - Sixteen Tons
São Pedro, não me chame, porque não posso ir.
Tenho a minha alma empenhada na loja da companhia...
http://www.youtube.com/watch?v=tfp2O9ADwGk&feature=related
Ó Pina manifesta-te.
"Idade média"
Vamos todos à manif
Que ela é abençoada
Trabalhar é uma chatice
Assim não fazemos nada
E nada precisamos fazer
Para este rumo mudar
Dediquemo-nos ao lazer
Para este país afundar
Os mercados estou em crer
Observam a comédia
E por certo irão vencer
Não será uma tragédia
Os direitos vamos perder
E regressar à idade média.
Ó Pina a Irlanda era um milagre, agora é um desastre.
"Poupadinhos"
Reparem bem nos irlandeses
Não eram possíveis os cortes
Mas os ventos sopram fortes
Cortaram tudo os malteses
Dizem que é pensar no povo
Que implementam sacrifícios
Apesar dos seus malefícios
Mas eu cá não me comovo
Se antes não eram somíticos
Austero exemplo tentam dar
Se há registos fotográficos
Na película estão a poupar
Quando fotografam políticos
Só meia cara estão a mostrar.
Ó Pina vem aí a quadra natalícia.
"O menino"
Vem aí mais um Natal
Será o primeiro de dez
Valoras o que é normal
Deixaste a pequenez
Da soberba que passou,
Vais voltar a ter o menino
Que a gruta aconchegou
Como seu símbolo divino
Foi preciso um abanão brutal
Para abrires de novo o arca
Retirares de lá o essencial
Das recordações do patriarca
Voltas à grandeza celestial
Que todos os sonhos abarca.
Ó Pina já estou farto de mim.
"100"
Este é o número cem
Mal não posso dizer
Mas não posso dizer bem
Não sei mais o que fazer
Ficam de lado as críticas
Mas também os elogios
Que as questões políticas
Levam a tais desvarios
Se mal pudesse dizer
Destes gajos do governo
Em todos iria bater
E se elogios traçasse
Os gajos do desgoverno
Viesse quem qu’os levasse.
Novo Portal "Governamental" - tem mesmo tudo!
http://democraciaemportugal.blogspot.com/
Ó Pina atenção vem aí a chefe.
"Frau Europa"
A Frau Europa afirmou
Política engula o mercado
Mas o mercado vomitou
Aquilo que foi afirmado
O dinheiro manda mais
Queira ou não o poder
O poder vem dos metais
E não de qualquer saber
Os metais se afinados
Até o poder embalam
Com os ritmos sincopados
E quanto mais eles falam
Mais parecem anestesiados
Pelas notas que inalam.
Ó Pina o melhor é ir de canoa, pelo menos o vento não lhe pega.
"Nó cego"
Neste país e nessa Europa
Só vemos mentes brilhantes
São dos nossos governantes
Vamos de vento em popa
O vendaval mais violento
Atinge a frágil embarcação
Onde embarcou a população
É esperar qu’amaine o vento
Já pr’os outros iluminados
Ao leme da nau gigante
Não se sintam enjoados
Que vivam bem pr’a sempre
Devem estar bem amparados
Para bem cuidar da gente.
"Quando uma sociedade acaba com todos os desafios, o único desafio que resta é acabar com essa sociedade."
Ó Pina tens aí uns carocitos pr'ó mercado?
"Esclerosados"
Mercado, querido mercado
Não vês, já temos orçamento
Procura noutro lado provento
Daqui não levas nem bocado
Não levas pela simples razão
Que isto aqui chegou ao osso
Pr’a ti talvez sobre um caroço
E podes arrotar de satisfação
Se connosco quiseres viver
Então deves vir preparado
Para uma dieta rigorosa fazer
Talvez fiques mais esclerosado
E se não te conseguimos demover
Não digas que não foste avisado.
Ó Pina também juras?
"Juro"
Pr’a remodelação ser aceite
E convencer esta sociedade
O conceito de honestidade
É preciso que se endireite
A nódoa cai no melhor pano
Isso já todos nós sabemos
Está sujo o pano que temos
E errar também é humano
Comprem já os novos panos
Do mais puro linho egípcio
Enfeitem a mesa com adornos
Anuncie-se este acto perene
Os signatários com sacrifício
Façam o juramento solene.
Ó Pina estás a adaptar-te?
"Adaptação"
Temos nós em Portugal
O vendedor de Magalhães
No exterior não se sai mal
Cá vende de Faro a Cinfães
Vendeu sonhos e ilusões
E a coisa até ia de feição
Mas vieram as especulações
Deram cabo da encenação
Agora estamos em baixo
Os salários em degradação
Para salvar algum tacho
Não houve qualquer excepção
Houve sim um cambalacho
Designado por adaptação.
Ó Pina o negócio de pregos está em alta.
"No prego"
Portugal tem aspirações
De continuar a enterrar-se
Perdão, tem condições
Para continuar a financiar-se
Venha então esse capital
Para as contas saldar
Viver a crédito não faz mal
Mal faria não as pagar
Que viver com o alheio
É como viver duas vezes
Vivo bem e não me chateio
Se chegar o tempo de pagar
Escusam de ficar infelizes
O país no prego vou colocar.
Ó Pina o futuro não é dos espertalhões.
"Laranjas"
Que se cuidem os espertalhões
Pois desta vez não há mama
É que agora estamos na lama
Pr’a boy’s laranja não há tostões
Mas podem sempre aproveitar
E com toda a lama existente
Promover ecologicamente
Uma forma da saúde melhorar
Besuntam-se todos com ela
É chique e não pagam nada
Retiram-na depois com cautela
Ficam com aparência renovada
Compram a seguir nova farpela
Pr’a ministro conseguirão entrada.
Ó Pina as cabeças têm destas.
"Cabeças"
Sou escravo da minha cabeça
E está a dar comigo em louco
Eu também me esforço pouco
Pr’a fazer com que me obedeça
Vou ter de uma nova arranjar
Mas com menor especificação
Que não tenha aquela função
Que só pensa em mim mandar
Posso desta forma libertar-me
Da velha louca e presunçosa
E com a nova pavonear-me
Poderá até ser mais preguiçosa
Mas por certo saberá agradar-me
Escravo serei, a nova é fabulosa.
Ó Pina vai um de framboesa?
"Refrescos"
É preciso refrescar a equipa
Os refrescos já estão na mesa
Há de laranja e de framboesa
Refrescam do miolo à tripa
Ó equipa assim refrescada
Ponham essa frescura em acção
Nunca esqueçam a vossa função
Não trabalhem de empreitada
Mas produzam com qualidade
Evitem todo o chico esperto
Trabalhem com objectividade
Mesmo neste tempo incerto
Com equipa assim refrescada
O sucesso fica mais perto.
Ó Pina estaste a safari?
"Safari"
A nova legislação laboral
Já nós temos há muito ano
Para que não haja engano
Fazes muito, recebes mal
O patrão compra o Ferrari
Não tens que ver com o caso
Tens dois meses em atraso
Foi pr’o Quénia num safari
Tu é que tens de te safar
Pois não chegas ao Natal
Que a empresa vai fechar
Já não tens o apoio estatal
A Europa está a definhar
Esta é uma receita fatal.
Ó Pina é tudo contra informação.
"WikiLeaks"
Todos diferentes, todos iguais
De tão diferentes que somos
Nem se distingue o que fomos
Até nos confundimos demais
Macaco curvadinho éramos
A lutar pela sobrevivência
Já não temos consciência
Da curvatura que tivemos
Agora homo erectus somos
Caminhando para sucessos
Mas a curvatura mantivemos
No córtex dos cérebros nossos
Por isso sempre soubemos…
Venha imperial e tremoços.
Ó Pina toma lá com mais uma verdade na nuca.
"Verdadinha"
WikiLeaks, sentes os abanões?
Das pedradas a conta gotas
Que te atingem, as marotas
Dos novos fazedores de papões
Lá vai uma verdade, verdadinha
A anterior verdade era mentira
Esta verdade é pura, qual safira
Encerra um propósito, adivinha
Servir-te as verdades fresquinhas
E assim as mentiras tu rejeitas
Evitas pois as verdades daninhas
De consciência tranquila te deitas
Não precisas ler nas entrelinhas
E só verdades cristalinas aceitas.
Desculpe a vulgaridade, mas temos uma política de soutien: apoia a direita e a esquerda e mama das duas. Quem se lixa é o capim. Em África, há um ditado que diz que, quando os elefantes lutam, quem se lixa é o capim. E a todos os níveis nós estamos como capim: ora veja-se o elefante da senhora Merkel, coitadinha, que como pessoa me merece todo o respeito.
Tenho escandalizado muitos católicos por dizer isto: enquanto cristão, se eu não percebo que sou desafiado por Deus, todos os dias, a fazer amor com toda a gente, e sem preservativo, não sei o o que estou cá a fazer. Na vida, usamos preservativos. E não falo dos das farmácias, que esses devem ser obrigatórios. Eu tenho medo é daqueles preservativos que usamos da cabeça aos pés, numa lógica de eu não te toco e tu não me tocas .
Ó Pina o melhor é fugir, a nado.
"Balbúrdia"
Agora é que eu entendi
A mensagem encriptada
Que nos enviou a cambada
A Irlanda não mora aqui
A Grécia vá de retro satanás
Fazia parte dessa mensagem
Que deu origem à voragem
Aqui nunca voltamos atrás
Quanto mais se destapa o tacho
Mais se vislumbra a balbúrdia
Vai-se desfazer muito penacho
Por fim a mensagem entendia
Depois de muito pensar, eu acho
Nós somos parentes da Islândia.
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