Os casinos são, psicologicamente, um campo minado. O seu design arquitectónico, tal como todo o conteúdo, têm uma função pensada ao pormenor e concebida para que o jogador gaste o seu dinheiro ali dentro.
Algumas tácticas utilizadas são tão evidentes que entram pelos olhos dentro, enquanto outras são enganosas e subtis.
No entanto, todas elas desempenham um papel psicológico importante de forma a que os jogadores se sintam cómodos, queridos e, sobretudo, optimistas.
Vejamos alguns dos métodos utilizados pelos casinos para que os jogadores permaneçam lá dentro o mais tempo possível.
1. Sem relógios:
É surpreendente, mas muitas pessoas, pura e simplesmente, não usam relógios. Os casinos sabem-no e não vão ajudar a ficar a par das horas.
É um facto que quando alguém está envolvido numa actividade durante um certo tempo, aparentemente o seu ritmo aumenta e raras vezes se vêem pessoas mais concentradas que num casino. Seja numa slot machine, em jogos de mesa ou no poker, a maioria encontra-se quase em estado de transe enquanto persegue os seus sonhos.
Sem relógios a enfeitar as paredes do casino, não é difícil deixar passar o tempo sem que nos apercebamos do mundo que nos rodeia.
Em certos sítios, como no Reino Unido, aprovaram-se leis que dizem que os jogadores devem estar conscientes do tempo que passam no jogo e o casino deve fomentar o descanso.
2. Sem janelas:
Na maioria dos casinos pode haver janelas perto da entrada ou saída, mas uma vez dentro do ventre da besta, será difícil encontrar alguma. Esta táctica é como a dos relógios.
Quando as pessoas entram, não devem ter a menor ideia do que está a acontecer no mundo exterior. Se começa a escurecer ou desponta os primeiros raios da manhã, o relógio biológico também entra em jogo e dirá que é hora de ir em frente e fazer algo mais, como ir dormir. Isso não pode acontecer.
Há também muitos estímulos visuais no exterior, por isso o casino fará todo o possível para que o mundo exterior não exista.
3. Luzes, sons e actividade:
Um casino é um compêndio de estímulos maravilhosos e fascinantes: o som das campaínhas, sirenes, luzes que piscam, o som das moedas a cair das máquinas, sons digitais, tudo é fascinante.
Por que é fascinante? Porque estamos perante uma forma de comunicação, não verbal, que nos diz: "Ganhar! Ganhar! Ganhar!". Dá a impressão que todo o mundo de facto está a ganhar quando, na verdade, a maioria está a perder.
No entanto, mesmo que estejam a perder, qualquer que seja a máquina, esta produz um estrondo festivo, sons eufóricos. Faz com que as pessoas queiram entrar na acção e sejam também parte da vitória.
É um lugar feliz, como posso perder?! Tudo está polido, luzidio e brilhante com um íman hipnótico. Em algum momento, todos, sem importar se se é um grande ou pequeno apostador, todos sentem-se atraídos por esta ostentação de excesso e extravagância.
4. Ambiente:
Já reparou que a iluminação num casino é baixa e suave? Isto é para dar uma sensação acolhedora e agradável. Um pouco como estar sentado no sofá.
Quem quer sair do seu cómodo sofá? Condições difíceis de iluminação podem ser contraproducentes para os olhos. Um ambiente cuidado convida o jogador a instalar-se, relaxar-se e desfrutar enquanto se sente seguro, cómodo e acolhedor.
Além disso, os tapetes nos casinos não são escolhidos ao acaso. Muitos poderão crer que os padrões e os desenhos destes tapetes são francamente de mau gosto, com redemoinhos de cores, linhas e salpicos. No entanto, para o cérebro humano são fascinantes, acolhedores e agradáveis à vista.
A cor das paredes é, a miúdo, vermelha, já que os estudos sugerem que evoca um ambiente seguro e de comodidade. E, como nos shoppings e lojas, a música nos casinos é sempre suave, tranquilizando o jogador e mantendo-o num estado de transe.
5. Localização dos serviços de apoio:
Se se desejar utilizar o WC, comer algo ou trocar fichas, terá de procurar estes serviços no mais profundo das entranhas do casino.
Muitas vezes, estes serviços estão localizados tão longe quanto possível. Este é um último esforço para manter o cliente no interior já que tem de passar outra vez por todas as tentadoras máquinas e jogos.
Quando for receber o que ganhou, talvez ainda pense que pode experimentar a sorte pela última vez antes de sair. É o mesmo princípio que usam as lojas com a esperança de conseguir que o cliente tenha um último impulso de compra durante esse longo caminho para a saída.
Nos hotéis, o casino está situado muito no interior do edifício e é preciso dar muitas voltas para lá chegar e para de lá sair. É uma maneira de manter o cliente dentro do espaço. Nunca se sabe se não voltará atrás.
6. Perto de ganhar:
A par da sensação de ganhar, nada trará mais adrenalina que o quase ganhar e aquela sensação de quase ter ficado com o dinheiro do casino.
Mas se os casinos dão dinheiro a quase todos os que ganharam, um dia isso acabará. Cada jogo, seja numa mesa ou numa máquina, estão concebidos para pagar pequenas quantias num curto prazo, mas eventualmente irão ficar com o dinheiro do jogador a longo prazo.
As slot machine fazem constantemente pequenos pagamentos, deixando, frequentemente, o jogador a uma cereja ou estrela do grande prémio.
Outros jogos dão ao jogador uma sensação de "controlo", como os dados, onde o jogador tem uma influência directa sobre o resultado, como lançar os dados ou escolher os seus próprios números. Esta é outra manobra que dá ao jogador uma sensação falsa de poder vencer um jogo e portanto fará com que jogue por mais tempo.
Basicamente, os jogadores sobrestimam as suas possibilidades e probabilidades de ganhar. O estar perto da vitória é o que essencialmente mantém os casinos no negócio. Dar aos jogadores o gosto de quase sempre ganhar, é garantia que este os visitará de novo.
7. Presentes:
Os serviços gratuitos ou de custo reduzido são outro elemento vital para o casino. Os jogadores recebem com frequência cupões para comidas grátis, buffet, espectáculos... ou também cartões que lhes permitem ganhar prémios de terceiros para se sentirem tentados a voltar.
Isso faz com que um jogador se sinta importante, mesmo que nem aposte muito dinheiro. E tendo até perdido, sente que ganhou algo e há mais probabilidades de voltar.
As ofertas são importantes para os casinos, porque a grande parte do dinheiro provém do pequeno jogador que acaba por ser mais bem visto no negócio que os que apostam grandes somas.
Estarão, por acaso, a ser simplesmente bons anfitriões com os utilizadores? Na verdade não, tudo está calculado para os manter ali para que joguem mais e mais. É algo como convencer uma criança a comportar-se bem em troca de um brinquedo barato.
8. Álcool:
Isto poderia estar na categoria dos presentes, mas merece ser tratado à parte. É tão óbvio e transparente. É um truque como os presentes promocionais, mas pode chegar a ser muito mais poderoso.
As bebidas trabalham a favor do casino. Em primeiro lugar, são grátis. A menos que se seja um abstémio, quem não gosta de bebidas grátis?
Meninas a passearem pelo casino, bandejas cheias de bebidas diversas a toda a hora. Não é segredo querer manter o jogador satisfeito e bem disposto. A seguir, o álcool faz com que até os jogadores inteligentes se descuidem.
Se o jogador usa a estratégia no blackjack, o álcool desacelerará o seu cérebro e irá diminuir a sua capacidade para tomar as decisões adequadas. Os jogadores também se tornarão mais liberais com o dinheiro, perdendo o cuidado e a consciência que este se acaba rapidamente.
9. O tratamento aos grandes ganhadores:
Mesmo que os pequenos apostadores sejam importantes, é certo que os casinos querem também manter os grandes. Os que tiveram a sorte de ganhar em grande são tratados como reis.
Basicamente, estes jogadores recebem ofertas a que não podem negar-se, desde suites grátis a tratamentos extravagantes. Quanto mais tempo um grande ganhador permanecer no interior do casino/hotel, inevitavelmente mais dinheiro gastará.
O casino não perde grande coisa presenteando uma suite ou quarto livre mas, mantendo a pessoa ganhadora no lugar, tem muitas probabilidades de ver o dinheiro voltar.
Os jogadores sentem que são tratados como reis porque são importantes, mas o que é importante é o seu dinheiro. Além de manter o dinheiro ali, os casinos também estão a fazer propaganda gratuita e de comercialização, quando outros grandes jogadores se inteiram de como vão ser tratados ali.
Agradar aos grandes ganhadores é tão crucial para os casinos que uma grande parte dos seus recursos, dos anfitriões, serviços VIP e limusines, se dedicam a eles.
10. Design labiríntico:
Os casinos são essencialmente labirintos gigantes, intencionalmente criados para que a pessoa se possa, literalmente, perder. Perdido num mar de máquinas e mesas, criam obstáculos e barreiras que impedem que o jogador saia dali.
Não existe nenhuma disposição lógica. Uma série de máquinas pode estar num só lugar e a seguir outra série das mesmas máquinas estará a 200 metros de distância. A confusão é o resultado final.
O jogador sabe que a saída estava perto de uma série de máquinas, mas qual? Recantos e mais recantos por todo o lado por onde se ande.
Isto causa no comum dos mortais um erro mental quando acham que se encaminham para determinado sítio, dão a volta e acabam por chegar aonde se encontravam.
No entanto, o caminho não é familiar porque visualmente é completamente diferente. As máquinas altas, que constituem a maior parte do espaço, também impedem que as pessoas possam ver e é o que mais as desorienta.
in:Tradução JURIS
Ligação para o artigo original
15 comentários:
Ó Pina viste o Pitágoras aí pelo casino?
“Teorema”
Pitágoras tinha um teorema
Onde falava da hipotenusa
Nunca foi ela a minha musa
Mas isso não era problema
Com os catetos não ia à bola
Mas encontrei uma solução
Coloquei tudo em equação
Acabei por fugir da escola
Tenho pena e sinto a falta
Da trigonometria perdida
Mas aprendi com a malta
A dar aos números guarida
E hoje apenas sinto a falta
Da hipotenusa adormecida.
Ó Pina vai uma cimeira genérica?
“Genéricos”
É uma cimeira informal
À dívida trata da saúde
Pode ser que algo mude
Pois a sua saúde vai mal
Com cuidado será tratada
E medicamento de marca
Força do genérico é fraca
Não trata da saúde a nada
Com a saúde robustecida
A dívida voltará em força
Já faz parte da nossa vida
Assim como o pão à mesa
E nem que a gente se torça
Voltará a crescer de certeza.
Ó Pina melhor é lher-lhes o pensamento.
“Deixós ladrar”
We just let them talk
And also let them bark
While we stay on the dark
After we keep on walk
They think we’re blind
And think they’re the best
They’re not passing the test
But we can read their mind
They have all the money
We have all the happiness
And we all have the sunny
They are producing a mess
Who’s having all the funny?
Não sei quem ladra, esquece.
Ó Pina é anestesia geral.
“Anestesiados”
Subida é uma constante
Não existe grande stress
Qu’a malta até se esquece
Pois efeito é anestesiante
Mentira quatro vezes dita
Passará a ser incorporada
Como verdade consumada
Mas que estatística bendita
Subida é só no secundário
Ouvi hoje umas dez vezes
Está a descer no primário
Sobe e desce é acompanhado
Por todos nós portugueses
E ninguém está anestesiado.
Um sujeito encontra um amigo que não via há muito tempo e, querendo ser simpático, inicia a conversa:
- Então, como estás Paulinho?
- Péssimo... - responde o outro.
- O quê péssimo? Com aquele Ferrari que tu tens?
- Ficou destruído num acidente... E o pior é que o seguro tinha acabado de vencer...
- Bem, vão-se os anéis, mas ficam os dedos. E o teu filho, esse puto tão inteligente?
- Conduzia o Ferrari... Morreu...
O sujeito tenta fugir daquele assunto tão trágico:
- E tua filha linda que mais parecia um modelo?
- Morreu... Estava junto com o irmão... Só a minha mulher é que não estava no carro...
- Graças a Deus! Como está ela?
- Fugiu com o meu sócio...
- Bem... Pelo menos a empresa ficou só para ti...
- Ela fugiu com ele porque me roubaram tudo. Deixaram a firma falida!
Totalmente falida... Estou a dever milhões!
- Porra! É melhor mudarmos de assunto. E o teu clube?
- Sou SPORTINGUISTA
- F***-se., oh Paulinho! Não tens nada positivo?????
- Tenho:... H I V...
Ó Pina vamos aquecer a buzinas.
“Buzinão”
Com tanta maturidade
Portugal cai de maduro
Não aguenta este juro
Ó mercado tem piedade
Vamos ver se entendemos
O relatório da Bloomberg
Já não há quem nos albergue
É o buraco onde nos metemos
Ó filhos tende paciência
Pois melhores dias virão
Mercado tende clemência
Ou fazemos um buzinão
Será de uma tal violência
Que nunca nos esquecerão.
Ó Pina ri.
“Rir”
A minha vida é toda ela
Não é apenas um bocado
Passa-se por muito estado
E nem sei se a vida é bela
É um estado de espírito
A quem empresto a alma
Uma vezes vou com calma
E noutras vejo-me aflito
Esta é uma corrida de fundo
Para percorrer sem pressa
À partida é nosso o mundo
Mas muito fica por descobrir
No final há quem entristeça
Mas o segredo está em rir.
Casino? Só o Casino Royal!
Ainda se lembram?!
Ó Pina vais ao concerto?
“Chuva de estrelas”
O Portas ou um violino
Coelho ou um reco-reco
Afinação foi pr’o caneco
Neste concerto pequenino
Jerónimo ou um acordeão
Louçã ou uma pandeireta
A afinação está uma treta
Nesta orquestra de eleição
Sócrates esconde partitura
Cavaco só toca de ouvido
E a malta é que os atura
O preço dos bilhetes aumenta
E o futuro está comprometido
Até quando a música se aguenta?
Ó Pina é normal?
“Quadratura”
Se tudo aqui fosse normal
Seria uma situação anormal
Por isso ninguém leva a mal
A anormalidade em Portugal
E se tudo aqui fosse anormal
Também não era nada normal
Temos portanto a prova final
Anormalidade é fundamental
Só a anormalidade nos permite
Diferentes caminhos escolher
Já que a normalidade só admite
Os caminhos previsíveis trilhar
E é por esta verdade conhecer
Que nós já sulcámos tanto mar.
Homens da Luta - "Que esperto que eu sou" (Versão Deolinda)
http://www.youtube.com/watch?v=2x0mvUGjfzU
Ó Pina estás possuido?
“Ser ou não ter”
Ser ou não ter eis a questão
Se não sou não é premente
Mas se não tenho fico doente
Não posso fazer um figurão
Nesta sociedade da tributação
A prova de vida é desprezada
Até morto casa vês penhorada
Bebé também precisas cartão
Já viste a idade é irrelevante
Nado vivo ou em putrefacção
O imposto é que é importante
É uma sociedade de possessão
Os bens possuem a tua mente
E o teu controlo é uma ilusão.
Ó Pina o futuro está no botão.
“Foi-se”
Alma minha gentil que finaste
Num quinto andar em solidão
Fica sabendo, não foi em vão
Já q’uma melhoria despoletaste
Outras almas já não irão finar
Pois um fiel companheiro terão
É uma caixinha com um botão
Serve de apoio, basta pressionar
Na central um alarme faz soar
Sai a carrinha com prontidão
Tua alma solitária vai apoiar
Pode até levar-te uma refeição
Trazer na volta roupa pr’a lavar
Mas nunca chegará ao coração.
Ó Pina.pt.
“Sucesso.pt”
Nas vendas mais um sucesso
Hoje de manhã aconteceu
E se a crise não desapareceu
É que eu vou ficar possesso
Com tanto sucesso e clamor
E da cepa torta não passamos
Outro produto seleccionamos
Ou contratamos novo vendedor
Em vez de a dívida vender
Podemos vender os sucessos
Connosco outros vão aprender
A essência destes processos
Iremos ensiná-los a crescer
Fazendo imensos congressos.
Ó Pina vem aí o pato.
“Engenheiro”
O Brotas é candidato
É uma notícia porreira
Não é por ser quinta-feira
Mas isto cheira-me a pato
Cheira a pato no churrasco
Queira Deus não se confirme
Mas já ouvi quem o afirme
Sabes o Brotas é um fiasco
Vamos esperar pr’a cheirar
O bendito do churrasquinho
Acompanha o pão e o vinho
E depois vai-se tudo deitar
E em vez de pato na eleição
Sai engenheiro pois então.
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