segunda-feira, 18 de abril de 2011

Felicidade de ser português?

Era uma vez a norte do norte de África, num território onde terminava a terra e o mar começava. Onde havia um povo à beira do precipício, onde todos se lamentavam, mas nada faziam para mudar tudo de errado que os faziam viver numa angustia crónica.


Heróis do mar, com o nacionalismo levado para outras terras. Para trás ficava a Europa, pois essa para nós de nada nos servia(até o fundador da nação renegou as suas origens “afrancesadas”)!

Naquele território onde tudo pode acontecer; onde o povo cansado parece ser dominado pelo medo do “Adamastor” ao qual Camões também fugiu!?

Certo dia, depois de tantas vagas enfrentarem, poderiam mudar o rumo de uma “Nau” desgovernada e que vagueava ao sabor das ondas de uns mares já dantes navegados…

C.L.C

25 comentários:

PM disse...

Ó Pina, morto mas feliz.

“Santa Economia”

Vivemos tempos extraordinários
Guiados por homens ordinários
Em breve habitarão em ossários
E também seus correligionários

Quem restará para nos iluminar?
Necessitamos de figura sem par,
Santa Economia vamos acreditar
Em tuas capacidades de nos guiar

Nosso futuro deixamos na tua mão
Governo e troika contigo negociarão
De acordo com tuas leis privatizarão

Seremos sem abrigo, a ti a habitação
Seremos analfabetos, a ti a educação
Os que não comprem saúde morrerão.

PM disse...

Ó Pina serão mais dez anos de felicidade.

“Trinta e sete anos”

Trinta e sete anos Abril madrugada
Tudo bem espremido não resta nada
Nem cravo esquecido na espingarda
Assistimos ao passar duma cambada

Amanhã aperaltado eu falarei ao povo
E com palavras gastas eu me promovo
Que escolhi para não causar estorvo
A quem agora financia o estado novo

É que precisamos dos milhões da troika
Para alimentar os filhos da nação valente
E prosseguir nossa caminhada heróica

Rumo a mais dez anos de estagnação
Na avenida gritaremos energicamente
Troika ao poder para salvar esta nação.

Anónimo disse...

Lluís Llach i Grande, conhecido como Lluís Llach, é um cantor e compositor catalão, nascido em Girona (Girona) no dia 7 de maio de 1948 , e cantando em catalão. Iniciou a carreira em 1965 , sendo um dos mais conhecidos cantores da designada Nova cançó catalã.

De entre os seus maiores êxitos destaca-se o tema L'Estaca, de 1968 , um hino da resistência ao regime franquista, mais tarde adotado por outros movimentos. Um exemplo é o tema Mury , hino não-oficial do sindicato Solidarność, na Polónia de regime pró-soviético.


L'estaca Lluis Llach IES Sentmenat

http://www.youtube.com/watch?v=gxxkO9-EBkw


Jean Michel Jarre - Mury - Stocznia Gdańska SOLIDARNOŚĆ

http://www.youtube.com/watch?v=FVPJ01HsM2U

PM disse...

Ó Pina a vaquinha secou.

“Vacas magras”

E agora nação valente e imortal
Que já ninguém te leva a sério
A troika até deixou o ministério
Muito esqueleto lá cheirava mal

Em pouco mais de uma semana
E com uma calculadora marada
Viram que a pátria está enterrada
É pior que a república da banana

O tempo da vacas gordas acabou
Não há mais dinheiro para a ração
A malta não se consciencializou

Do verdadeiro problema da nação
E nestas mini férias ainda gozou
Não sabendo como será no Verão.

PM disse...

Ó Pina será possível?

“Mundo possível”

A liberdade foi conquistada
Numa empolgante madrugada
Mas depois seria assassinada
Restando pouco ou quase nada

Resta apenas a própria liberdade
Liberdade, igualdade, fraternidade
Não são lemas da nossa sociedade
Mas apresentados com teatralidade

No nosso tempo parecem verdade
Aquela que advém da repetitividade
Que confere à mentira legitimidade

E saciados com tanta musicalidade
Sequer reparamos na mediocridade
De quem nos guia com propriedade.

PM disse...

Ó Pina são uns avatares.

“Moral no mural”

Ideologia é fogo que arde
Permitindo-lhes saltitar
Para vários tachos abifar
E o futuro salvaguardar

Há por aí muito ciber nabo
Que escrevinha no mural
E chamar foleiro é normal
Ao presidente de Portugal

Assim vai a nossa política
Com um baixo nível moral,
PR apela à união nacional

Nesta situação muito crítica,
Nas não se vislumbra solução
Com estes políticos de ficção.

PM disse...

Ó Pina é só trovas.

“Canção de embalar”

Mais um rol de promessas
Desenrolam em campanha
Contam-nos cada patranha
A mim já ninguém apanha

Eu já não acredito nessas
Têm que me contar novas
E têm que prestar provas
De não ser apenas trovas

Sai uma cantiga de amigo
Pr’o eleitor ali do canto
Fez uma cara de espanto

Por esta não ser de escárnio
Pr’o eleitor não se espantar
Sai uma canção de embalar.

PM disse...

Ó Pina estes cospem fogo.

“Dragão”

Falcão, Moutinho e Incrível
São o FMI do grande Porto
Primeira parte deu pr’ó torto
A seguir deu-se o impossível

Este FMI e o resto da troika
Resgataram o nosso orgulho
Pr’ós espanhóis um engulho
Pr’a nós foi noitada estóica

Ó senhores do nosso destino
Olhem bem pr’a este Dragão
Deixem de pensar pequenino

E vejam como a organização
Criada na terra do cimbalino
Fazem do Porto uma nação.

PM disse...

Ó Pina este é o homem certo.

“Perfil”

Tenho o perfil certo pr’a isto
Por mais que digam que não
Nem sequer ouçam a oposição
Votem em mim pr’a 1ºministro

Fui atingido por cabalas mil
Que mais ainda irão inventar?
No final ainda se vão retractar
Por assumirem postura tão vil

Votem em mim sem duvidar
Da minha enorme capacidade
Para a todos vocês governar

Como o detentor da verdade
Muitos andam cá para mamar
Eu estou na luta com seriedade.

PM disse...

Ó Pina já não devemos nada.

“Não pagamos”

O melhor será não pagar
Para voltarmos a crescer
Diz quem parece saber
Daquilo que está a falar

Obrigado pela sugestão
Essa mesmo vou seguir
Já posso voltar a dormir
Não devo um único tostão

Senhores da troika abalai
Pois terminou a negociação
Aos quatro ventos espalhai

Aquela malta é dura de roer
Mesmo em decomposição
Prefere não pagar a morrer.

PM disse...

Ó Pina burro sou.

“Jumentos”

O país tem muito talento
Mas já não tem fermento
Já nos vai faltando alento
Pr’a aturar tanto jumento

Vamo-nos limitar a existir
Pois não podemos desistir
Mas sem parrocha pr’a ouvir
E tão pouco pr’a contribuir

Vão pregar para o deserto
De mim não cheguem perto
Não que seja muito esperto

Mas isto cheira-me a esturro
De jumento ouço o sussurro
E não entendo por ser burro.

PM disse...

Ó Pina viva o gato.

“Gato e rato”

Por matarem a ratazana
Não termina a malvadez
Recomeça tudo outra vez
E o mesmo cheiro emana

Podem fazer hoje a festa
Mas preparem a ratoeira
Virá uma mais matreira
E bem maior do que esta

Faz parte do nosso viver
Que existam gato e rato
Rato corre a bom correr

O gato quer vê-lo no prato
E pr’a não se deixar comer
O rato faz as fintas ao gato.

PM disse...

“Bons censos”

Maria meteu-se nos censos
Trabalha a Red Bull e café
Pr’aturar os gajos do INE
Já lhe leio os pensamentos

Suicida-se três vezes ao dia
Vê caixas a voar da varanda
O trabalho é que não abranda
É máxima prioridade ó Maria

Este fado hilário não finda
Cá pr’a mim é um fado triste
Mas outro se seguirá ainda

Pois quem sonha não desiste
E no final andará na berlinda
Fado e fibra de quem resiste.


http://takeustobruges.blogs.sapo.pt/

Anónimo disse...

MURCON, Porto carago 03/05/11 00:41

A troika vai propor que no 10 de JUNHO seja homenageado e condecorado a titulo póstumo o trabalhador ideal; foi aquele que descontou a vida toda, reformou-se e no primeiro dia de Reforma morreu.

Anónimo disse...

GERAÇÃO, 03/05/11 10:43

...DE TANTO COMER "MORANGOS COM AÇÚCAR" ESTA GERAÇÃO APANHOU UMA "GRANDE BARRIGADA".....AGORA ANDAM Á RASCA.....

PM disse...

Ó Pina ficamos na mesma.

“O PEC rato”

A troika pariu um rato
Era a minha convicção
Veio agora confirmação
Ficou-se pelo PEC quatro

Mais também não podia
Somos uma pobre nação
E já com as calças na mão
Donde mais espremeria ?

Na fotografia saiu-se bem
Quem esteve na negociação
Mas parece que não sabem

Sem grande restruturação
Por muito que nos aldrabem
Tudo não passa duma ilusão.

PM disse...

Ó Pina estou a ver tudo turvo.

“Olhos troikados”

Está bom pr’a quem não tem nada
Está bom pr’a quem nada come
Estará bom pr’a quem tem fome?
Se comes ou tens vem a pancada

Se possuis habitação IMI aumenta
Se queres luz sobe a electricidade
Se trabalhas IRS ganha virilidade
Nos alimentos IVA não se aguenta

São estes os presentes da troika
Escolhidos pr’a esta nação heróica
Que em conferência apresentarão

Validados pl´o arco da governação
Que fazem de nós uns coitados
E nos deixam de olhos troikados.

PM disse...

Ó Pina viva a mudança.

“Cartão vermelho”

Foram os 48 anos a penar
E agora um cartão vermelho
Após os 37 anos a esbanjar
Pobre povo sem trambelho

Da ditadura à democracia
Muita coisa se modificou
Foi progressiva a sangria
E o regime não aguentou

Veio agora este conselheiro
E o cartão vermelho mostrou
Foi um tiro muito certeiro

E o povo já se acagaçou
Só ainda não viu de permeio
Foi que o regime mudou.

PM disse...

Ó Pina falidos mas no topo.

“Caneco para Braga”

São enormes os guerreiros
Do nosso Minho verdejante
Entraram assim de rompante
Da Europa são os primeiros

Os de Liverpool cilindrou
De Kiev meteu no chinelo
Nunca vi futebol tão belo
E agora as águias depenou

O mundo está a ficar mudo
Até Dublin vão agora rumar
Verão Braga por um canudo

Pintos da costa muito vão suar
Arsenalistas jogarão de escudo
E o caneco deverão conquistar.

PM disse...

Ó Pina já sabes voar?

“Heróis do ar”

Têm um sorriso pepsodent
Os heróis cá desta nação
Metem água até mais não
E quem se molha é a gente

Felizmente isto vai mudar
Com memorando a preceito
A gente é que se pôs a jeito
Esta é hora de comer e calar

Antes foram heróis do mar
Em terra não pescam nada
Eles que aprendam a nadar

Ou antes aprendam a voar
Pois vem forte a borrascada
Que vai projectá-los no ar.

PM disse...

Ó Pina vê se poupas.

“Guarda-livros”

O guarda-livros da nação
Abriu na página dezasseis
Trabalhai, não vos canseis
Poupai tudo até mais não

No pingo doce comprais
E poupareis o ano inteiro
Ides poupar muito dinheiro
Outra atitude vós mostrais

Por favor sede pobrezinhos
Evitareis gastos supérfluos
É certo não estareis sozinhos

Haverá muito desempregado
Que com subsídios exíguos
Verão seu cabaz sacrificado.

PM disse...

Ó Pina saber viver não é uma ciência.

“Arte de viver”

Com deuses dou-me bem
Não convém hostilizá-los
E com demónios também
Nunca foi bom ignorá-los

Usando esta minha política
Os lucros foram estupendos
E com esta relação prática
Tenho extraído dividendos

Somos mestres da influência
Saber viver não é uma ciência
Até ao céu subimos de balão

Para aos anjos limpar as asas
Pr’a manter quentes as brasas
Ao inferno fornecemos carvão.

PM disse...

Ó Pina vamos à catedral da cerveja?

“Reencontro”

À sombra duma bananeira
Viveu uma geração inteira
Todos viram a bandalheira
Tapando o sol com a peneira

Não há sombra nem bananas
Vamos construir as cabanas
E calçamos umas havaianas
Serão vidas mais espartanas

Se nos habituámos a viajar
Vamos reaprender a passear
Não às catedrais do consumo

Onde nos vamos desencontrar
Tentemos valores reencontrar
Noutras catedrais há um rumo.

PM disse...

Ó Pina foste pr'a Grândola?

“Desgrândola”

Oh Grândola, vila morena
Povo pensa que ordenou
Mas alguém os ludibriou
E a ilusão não é pequena

Ordena o cortex frontal
Fraternidade é pr’acabar
A esquina é pr’a destroçar
Igualdade, não sou igual

Talvez me reste um amigo
Mas não me leves a mal
É um gajo já muito antigo

Contra ele tanta atrocidade
Num tempo tão irracional
Por isso não sabe a idade.

PM disse...

Hello Pina, is there anybody out there?

“Estado da nação”

Discutir o estado da nação
É um must dos nossos dias
Mas não entrem em fobias
O resgate obteve aprovação

Quem manda são os credores
Tentaremos ser cumpridores
Para amenizar nossas dores
E no fim levar uns louvores

Profícua seria essa discussão
Antes do caldo ter entornado
O resgate teria sido evitado

Agora é ver chover no molhado
É como olhar o leite derramado
Mudem lá para outra canção.