"O Município de Alcácer do Sal vai conceder apoio financeiro extraordinário à Santa Casa da Misericórdia do Torrão, ao Centro Social e Paroquial de São Pedro da Comporta e à Sociedade Filarmónica Progresso Matos Galamba (Pazôa)."
"(...)a autarquia decidiu atribuir um subsídio 36 mil euros ao Centro Social e Paroquial da Comporta, destinados a suprir a cedência de recursos humanos desta instituição que irão dar apoio à nova sala de pré-escolar do Centro Escolar da Comporta."
in: http://www.cm-alcacerdosal.pt/PT/Actualidade/Noticias/Paginas/Municipioconcedeapoioextraordinarioainstituicoesdoconcelho_.aspx
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39 comentários:
“Pílula da felicidade”
Vendo a pílula da felicidade
Que promete prazer sem fim
Gentes tristes vinde até mim
Voltai felizes sem ansiedade
Há embalagens de cinquenta
Algumas são comparticipadas
Para as que são mais puxadas
Há unidoses, a bolsa aguenta
Comprai já antes que esgote
Não percais esta oportunidade
Felicidade mesmo comprada
Não há tristeza que a derrote,
Pr’a semana surge a novidade
Vamos ter felicidade injectada.
“Hipóteses”
Hipótese dum mundo melhor
Hipótese dum mundo animal
Hipótese dum mundo pior
Hipótese dum mundo banal
Hipótese dum mundo menor
Hipótese dum mundo imoral
Hipótese dum mundo maior
Hipótese dum mundo amoral
A hipótese escolhida afinal
Parece pouco ou nada importar
Tal como se encontra imundo
O mundo será em breve virtual
Não há hipóteses a considerar
Está sem hipótese este mundo.
“Poema chamuscado”
Este poema está em crise
Por isso tem rating da treta
Dizem tratar-se dum deslize
E afectou o rating do poeta
Este poema está queimado
Mercê dum tumulto gráfico
E o poeta saiu chamuscado
Ficou o registo fotográfico
A poesia está sem soluções
Pr’ás incertezas do presente
Por isso não vos posso valer
Viva a ditadura dos cifrões
Que chupa o tutano à gente
Chamando a si todo o poder.
“Adapta-te”
Se esta sociedade falhar
Foi o indivíduo que falhou
Cansado de tanto tentar
E a sociedade não singrou
Outro modelo por encontrar
Será a sociedade do futuro
E para isso vamos trabalhar
Prevejo que seja no duro
Sociedade será diferente
Disso nem podes duvidar
Esta falhou a outra não falha
Que venha ela simplesmente
O indivíduo vai-se adaptar
Nem que seja a da metralha.
“Manguitos”
Há cento e vinte cinco anos
A fazer manguitos ao poder
Mas nós vivemos d’enganos
Poderosos não querem saber
Zé Povinho tens que evoluir
Já vês o manguito não chega
Uma nova tens que descobrir
Senão o poder só te carrega
Eles a esbanjar e tu a pagar
Ó Zé Povinho assim não dá
Dá-lhes antes um boa refrega
Com tomates para começar
Ovos podres também temos cá
À sobremesa uma boa esfrega.
“Sócrates evolution®”
Olhos do mundo em Portugal
No Pontal mais propriamente
A ver se não nos portamos mal
Eu digo que não seguramente
Estamos a construir a história
Na política já não há crispação
É o nosso caminho pr’á glória
O verdadeiro destino da nação
Sacrifícios suaves não existem
Resultados rápidos também não
Venha a contribuição colossal
Que eu sei vocês não desistem
Do subsídio de Natal abrem mão
Na energia sobe a factura mensal.
Epa este Prof Eta
por amor de deus, ó opina tu desculpa mas já me dá nauseas,o amigo em questão, deve ter algum complexo de existencia nas artes das letras não, fogo arre ti joquim que assim a besta espanta se.
“Resposta ao Arnaut”
A aritmética e a ética
Não são conciliáveis
Nem na obra poética
Poetas são descartáveis
A universalidade também
Gratuitidade não tem razão
A tendência como convém
Molda-se pela nossa não
Vamos lá então moldar
Esta sociedade moderna
Quem quiser que adoeça
Não se escapa é a pagar
Vai ter o ministro à perna
E é bom que não se esqueça.
“Às bestas anónimas”
Eu não existo nas artes
Nem sequer na matemática
Nas letras nem por partes
É só pontapé na gramática
Mas existo mesmo ao lado
Na cavalariça do Ti Joquim
Por vezes saio bem arreado
Muitas bestas olham pr’a mim
Ó Pina desculpa lá a azia
Que porventura te provoquei
Eu não queria, mas uma besta
Que há muito eu conhecia
Veio vigorosa ditar a lei
Eu respeito, mas não presta.
“Ele e a sua sombra”
Andam loucos por cobrar
Nestes dias de incerteza
Até quando irá durar ?
A malta está quase tesa
Era pró Natal é pra mim
Transportes venha a nós
Na electricidade é assim
Não tomamos banho sós
Este pântano é bem maior
Do que os antes falados
Do inferno se fará céu ?
Não creio, está bem pior
Ficaremos todos atolados
Então e o louco sou eu ?
“A festa do culpado”
Por sermos humanos erramos
Culpa morre sempre solteira
Aos outros não desculpamos
Quando fazem alguma asneira
Solteira morreu a avó da culpa
Não se conhece descendência
Se tiveres uma boa desculpa
Terás a nossa condescendência
Por tudo isto já não há culpados
Podemos errar e fartar vilanagem
Com os erros tentamos aprender
Morta a culpa estamos desculpados
Se errando é fraca a aprendizagem
Não teremos que nos arrepender.
De azia ta o mundo cheio.
Que bela besta me saiste
que só fala de tristezas
descreves a vida tão triste
que nem dela tens certezas
Há muitas bestas que não parecendo aquilo que são, são aquilo que dão
AZIIIAA!!!!!
“Bola de berlim”
Este mundo não é meu
Eu também não o queria
Mas se alguém o comeu
Ficou com grande azia
Era lindo e amarelinho
Aberto bem a preceito
Estava bem recheadinho
Com um creme perfeito
No final lambe os dedos
Arrota de agradecimento
Para terminares o festim
Bate a sorna sem medos
Acordas em sofrimento
Indigesta a bola de berlim.
“Discurso da flôr”
Enchi de silêncio minhas palavras
E vazei meu copo de um só trago
Vi o ar de espanto que mostravas
Por ficar no ar este discurso vago
O silêncio extraíste das palavras
Com ele construíste uma linda flôr
Muda, com a qual sempre falavas
Contigo ela comunicava pela côr
Na arte suprema da comunicação
Esta relação nunca mais cedeu
Assim pela primeira vez na vida
Rebelde, entendeu o teu coração
Repleto de côr este discurso meu
Ausência de palavras foi resolvida.
“Poema assassinado”
Todos os poetas são poucos
Para a poesia ajudar a nascer
Até mesmo os poetas loucos
Podem ajudá-la a desenvolver
E que dizer dos poetas roucos
Nasce deles a poesia arranhada
Que a ouçam os poetas moucos
Gritem-na, ou não ouvem nada
Que uma poesia assim gritada
Pode ainda mais longe chegar
Mais que a poesia amordaçada
Essa será uma poesia torturada
Não nascerá se a estão a matar
Temos uma poesia assassinada.
Bolas de Berlim ou com creme.
Aqui tens a receita
deste doce tão original
podes fazela bem feita
e vendelas entre a comporta e o carvalhal.
Ingredientes:
Para a massa:
500 g de farinha
25 g de fermento de padeiro
100 g de açúcar
3 ovos
75 g de manteiga
10 g de sal
raspa de ½ limão
1,5 dl de Rum
2 dl de leite morno
Para o recheio:
5 dl de leite
1 vagem de baunilha
1 colher (sopa) de manteiga
1 colher (sopa) de farinha maisena
175 g de açúcar
4 ovos
Preparação:
Aqueça os 2 dl de leite sem o deixar ferver. Peneire a farinha. Abra os ovos e junte-os, sem os bater, numa tigela. Lave e raspe a casca de limão. Coloque o óleo na frigideira. Coloque 200 g de farinha numa tigela, abra um buraco ao meio e junte o fermento. Deite um pouco de leite morno e amasse com as pontas dos dedos. Continue a juntar leite morno e amasse muito bem até obter uma massa homogénea. Tape com um pano e deixe levedar até dobrar de volume.
Depois da massa levedada, coloque à parte numa tigela grande, a restante farinha e misture o açúcar, os ovos, a manteiga cortada em pedaços, o sal, a raspa de limão e o Rum. Acrescente o fermento levedado e amasse até que a massa se desloque do recipiente. Tape de novo com um pano e deixe levedar novamente.
Transfira a massa levedada para uma superfície de trabalho polvilhada com a farinha. Amasse-a durante mais alguns minutos e de seguida, forme bolas do tamanho que desejar. Tape-as de novo com um pano e deixe levedar por mais algum tempo. Frite-as em óleo bem quente e quando estiverem douradas de ambos os lados retire-as com o auxílio de uma escumadeira. Deixe-as escorrer sobre um papel absorvente e passe-as depois por açúcar.
Para o creme de pasteleiro, leve ao lume o leite com a vagem de baunilha aberta ao meio. Quando levantar fervura, retire do lume e reserve. À parte, misture o açúcar com a farinha maisena, a manteiga em pedaços e os ovos e mexa bem. Retire a vagem de baunilha de leite fervente e verta-o em fio sobre o preparado batendo muito bem. Leve tudo ao lume muito brando, mexendo sempre com uma colher de pau, até que o creme fique espesso. Retire do lume e deixe arrefecer, mexendo de vez em quando.
Depois das bolas de berlim fritas e polvilhadas com o açúcar, faça-lhes um corte no sentido longitudinal e recheie com o creme de pasteleiro frio.
Importante:
A massa estará levedada quando o seu volume tiver aumentado para o dobro
Para que levede mais rapidamente, tape-a com um cobertor e reserve em local morno.
Para ter a certeza de que as bolas de massa estão bem levedadas, pressione-as com um dedo, o buraco que se formou voltará ao normal.
O óleo para fritar as bolas deve estar à temperatura de 170ºC.
Tenha o cuidado de não deixar ferver o creme de pasteleiro para que não se agarre ao fundo do tacho.
“Estou à rasca”
Estou à rasca, vou cag..
Mas volto logo a seguir
Venho para vos ajudar
Depois de me desobstruir
A luta continua depois
Necessidades básicas já
Em vez de um saíram dois
Limpo com água e piaçá
Já voltei mais levezinho
E não estou tão enrascado
Se não fosse num instantinho
Ficava aqui enrascadinho
E não tarda estaria borrado
Nem podiam com o cheirinho.
“Lindas bolinhas”
Vou fazer bolas de berlim
Por conselho do Prof Ano
Todos vão comprar a mim
Vou ser o pasteleiro do ano
Olha a bola, lindas bolinhas
Vai ser o pregão que usarei
Com as bolas polvilhadinhas
Óscar de pastelaria ganharei
Comporta, passeio da fama
Desta estrela que vai nascer
Se as provas vês estrelinhas
Só quem não provar reclama
Farão longas filas pr’a comer
Comerão sempre das minhas.
Prof Eta do Ano
Prof Ano
A inteligencia de um homem
nota-se a olho nu
uns espresau-se pela boca
outros pelo !!! c......
Mas se o amigo ficou ofendido
não tem com que se preocupar
vamos os dois beber um copo
que eu faço questão de pagar
Foi em tom de brincadeira
que começei esta demanda
não vamos agora fazer uma bandeira
porque até é o opina quem manda
Opina desculpa alguma inconveniencia.
“Na banheira”
Os milionários querem pagar
Pois sejam meus convidados
Podem começar já pelo jantar
Não quero vê-los contrariados
Hor d’ouevre ostras au caviar
Para emborcar cahteau lafite
Degustar um confit de canard
Arrotar, ó condessa não me fite
Já estou com uma monumental
Leve-me no Cadillac, condessa
Ao Hilton Palace da Margueira
Ficamos na suite presidencial
Instale-se na cama e adormeça
Que eu durmo ali na banheira.
“Triunfo”
O mais importante é triunfar
Comunicando assertivamente
Contando mentiras à gente
Ou mesmo sem comunicar
Contam connosco seguramente
Que nós vamos comer e calar
Para que tenham triunfo impar
Pois que quem cala consente
Quando chegarem triunfantes
Lembrem-se dos que calaram
Dos que comeram sem comer
E por vós seguiram confiantes
Que sem acreditar acreditaram
Dando-vos o triunfo por sofrer.
“Brindemos”
Os mais ricos de Portugal
Não devem pagar coitados
Não fizeram nenhum mal
Porquê serem defraudados
Eles já são tão pouquinhos
Que devem é ser ajudados
Vamos fazer uns bolinhos
Uns lindos panos bordados
O óleo das bifanas já aquece
Croquetes e tinto pr’a esquecer
Petiscamos, ficamos eufóricos
Foi uma boa ideia a quermesse
Rifas a um euro estão a render
Sai um brinde aos mais ricos.
“Adivinha”
O poder ofusca a razão
Política é o complemento
O capital é o condimento
E o ex-líbris é a corrupção
Passas a ser moeda de troca
De equilíbrios impossíveis
Os danos não são visíveis
Porque o mal não te toca
Vives na redoma de vidro
Blindado pela economia
És a nossa maior desilusão
Lixas o mais desfavorecido
Aquele que já não podia
E que faz das tripas coração.
“O figo”
Mais poderosa do mundo
Deste mundo de papelão
Em breve baterá no fundo
É o efeito da globalização
China chama-lhe um figo
E vai metê-la num chinelo
Dá ouvidos a este amigo
Que mais isto eu te revelo
Neste nosso mundo global
Andam a dividir pr’a reinar
Através da ultra especulação
Por isso teu poder é virtual
Apenas poderíamos singrar
Fazendo uma enorme união.
“Procura-se”
Hoje vamos acabar com isto
Só que isto nunca mais acaba
O homem nunca mais foi visto
Mas todos sabem onde estava
Aqui joga-se ao gato e ao rato
Procuram-no vivo ou morto
No hotel, vivenda ou buraco
Terá sido visto no aeroporto
Não importa isto é divertido
Manda-se uns tirinhos pr’o ar
Umas bazucadas na moradia
Provavelmente terá fugido
A Nova York terá ido almoçar
Com uma bela loira quem diria.
“Nova luz”
Uma nova estrela nasceu
Lá longe no firmamento
Sua luz ainda não apareceu
Ansiamos o seu surgimento
Dizem que é luz de bonança
Sua aurora será de rara beleza
Traz raios novos d’esperança
Mas quem pode ter a certeza?
Ela própria também não a tem
Mas viaja rápida e pujante
Pois acredita num novo valor
Confiante aponta para Belém
Leva atrás um mar de gente
Disposta a venerar o Salvador.
“Vazio”
Por haver imensa pobreza
Justificada está tanta riqueza
A dúvida justifica a certeza
Tu horror justificas a beleza
A sujidade justifica o sabão
Só um deus justifica o diabo
A batata justificará o nabo?
Não me apertes mais a mão
Loucura justifica sanidade
Não me olhes mais assim
Um louco tem impunidade
Só a morte justifica a vida
Só um não justifica um sim
Só um copo vazio a bebida.
“Natal da beterraba”
Trinta e tal anos de promessas
Iludido, ó Zé, sempre continuas
Animal de hábitos não te esqueças
Que com facilidade te desabituas
Desabituas-te de viver simplesmente
Mas porque te recusas a sucumbir
Passas então a vegetar alegremente
IVA de alfaces sorridentes vai subir
Por isso está na altura de mudar
Não te preocupes, temos um plano
Além da política, guerra e pobreza
Mudas para beterraba, vais a refinar
Ensacado e armazenado até pr’o ano
Passas um doce natal com certeza.
“Telegrama”
Estamos em crise, ponto
Estado esbanja, vírgula
Imposto financia, pronto
O eterno pecado da gula
Emagreçam, exclamação
Ou rebentamos, ponto final
Haverá safa, interrogação
Safam-se uns bem, outros mal
Esforço igual? Não, não, não
Que isso não seria saudável
O esforço não é equiparável
É certo, ricos não pagarão
Paguem os pobres, coitados
São muito e estão habituados.
“Ladrões de mundo”
Os que te roubaram o mundo
Ficaram com mundo demais
Eu estudei-os muito a fundo
E verifiquei que são mortais
Levam muito mundo em cima
Do teu, meu e também do deles
Nós cumprimos a triste sina
Três palmos de um mundo reles
No teu mundo foste a mais bela
Que à soleira da porta sentada
Nessa noite estrelada e imensa
Te assalta interrogação singela
Feliz no teu mundo, que é nada
Muito mais mundo compensa?
“Denta e dura”
Vem aí o imposto Robin
Ou será o imposto Tarzan?
Para mim vai acabar assim
Todos em cuecas e soutien
Soutien que é para suster
Se ainda houver material
Porque pl’o que estou a ver
Isto ainda vai acabar mal
Eu cá sempre tenho dito
Isto vai acabar à dentada
Deixo-vos com esta pista
Mas como em mim acredito
A minha trago bem cuidada
Tenho visitado o dentista.
“Linda vaquinha”
Corte histórico na despesa
Tem data e hora marcada
A malta vai ficar toda tesa
Depois não pode pagar nada
É chamada de despesa zero
Não é da troika é mais além
E o orçamento eu cá espero
Que seja base zero também
Assim ficamos todos a nulos
E ninguém se poderá queixar
Que andam por aí uns chulos
Fartos de nos andar a roubar
Mas eles é que vão ficar fulos
Por a teta da vaca estar a secar.
“Demência colectiva”
É um buraco, é um abismo
Que todos querem ignorar
Mas parece difícil evitar
O desastre e o seu realismo
A crise nunca foi financeira
Culpa nunca foi dos mercados
Nós é que fomos subjugados
À falta de valores derradeira
Somos seres sem consciência
À velocidade da luz andamos
Dela criámos uma dependência
Que já nem conta nos damos
Do nosso estado de demência
Nem do ponto a que chegámos.
“Era do bom senso”
Esta é era do pessimismo
Pois já ninguém acredita
Nesta malta com cinismo
Nem naquilo que debita
Invente-se uma nova era
Que nos traga algo de novo
Onde o cinismo não impera
Mas o bom senso do povo
Com bom senso é possível
Fazer bem melhor que isto
Alguém disse e não arrasa
Para obter mais que sofrível
Não é preciso um ministro
Basta mediana dona de casa.
“Consumidos”
Que dizer a esta juventude
Eu digo, puta que os pariu
E que mudem a sua atitude
Não sejam geração consumiu
É que a viver para consumir
Vão acabar sendo consumidos
Uma vida passada sem assumir
Então para quê da puta paridos
Mas será deles a grande falha
Ou de quem os anda a educar
Na abundância e não na luta
Quem só facilidades amealha
Ilude-se numa vida sem lutar
Pr’a puta que a pariu, a puta.
“Compro almas”
Compro almas, compro ouro
Compro vidas, compro prata
Vendo os títulos do tesouro
Porque tenho uma grande lata
Vendo cartilhas de governação
Aos iluminados governantes
Vocês pagam com suor o pão
Pagam imposto aos meliantes
Compro vidas, compro almas
Dos que agora são pedintes
Já não contribuem com nada
Outrora trazia-os nas palmas
Quando eram contribuintes,
Vendo muita alma renovada.
“Acaba”
Está quase tudo a acabar
Para muitos até já acabou
Da saúde te vão amputar
A educação quase esgotou
Segurança social sobra pouca
Desconta até aos sessenta e tal
Deixa de respirar pela boca
E pelo nariz, não leves a mal
Precisamos as contas equilibrar
Tu já não contas vai-te finar
Fique quem já está educado
Quem tem saúde para dar
E quem ainda está a trabalhar
Vai-te daqui, sim tu ó acabado.
“Nova Guernica”
Guernica acontece de novo
Guerra do tempo contemporâneo
Em marcha contra este povo
Sem bombas ou outro sucedâneo
Económicas as actuais retaliações
São mortes lentas disfarçadas
Impõe cortes de muitos milhões
Mas as leis já foram decretadas
Por se ter acabado o dinheiro
Para te renovar as entranhas
Já não podes ser transplantado
Tu é que sofres na pele primeiro
Outrora habituado nem estranhas
Há muito à morte foste condenado.
“Poupadinhos”
Estamos bem desgovernados
Com uma transparência atroz
Sabemos que estamos lixados
E que o fisco é máquina feroz
Cortamos no lado da despesa
Passas a ter menos para gastar
Para nós tu és uma boa presa
Enquanto te pudermos sacar
A palavra de ordem é poupar
Poupa lá dos teus mil euritos
Dá passos à medida das pernas
Nós estamos cá pr’a governar
Para que a situação fique de aflitos
Só depende das condições externas.
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