terça-feira, 4 de maio de 2010

Num edificio " Hoteleiro " da nossa terra...


CAVALEIRO-Senhora pode facultar-me o livro de reclamações?

"EMENGARDA"-Não tenho!..

Além de não poder-se negar o fornecimento do livro de reclamações, é a péssima imagem, da nossa Comporta que está em causa. Este episódio aconteceu no passado fim de semana, enquanto decorria as provas de equitação.
Por estas e outras "mil" razões, os turistas preferem procurar alojamento noutras paragens. Fica em causa o bom nome da Comporta e o prejuizo que daí advém para a economia local.

4 comentários:

PM disse...

Ó Pina foi um erro de um discípulo, o tempo apaga.

“A escola do tempo”

Faz tempo que não pensava no tempo, mas hoje não sei porque carga de água dei comigo a pensar nessa escola que é o tempo, o tempo não pára, o tempo urge e o tempo tudo resolve, fantástico, estas três formas que o tempo tem de nos ensinar.

O tempo não pára, o que nos permite estar em constante evolução, dá assim ênfase àquela máxima “nada é permanente a não ser a mudança” e se pensarmos bem assim é de facto, nada pode ser dado como adquirido a não ser a mudança constante, e é esta mudança que nos permitiu ser aquilo que hoje somos, é toda uma aprendizagem de séculos da qual agora podemos usufruir.

O tempo urge, é quase sempre assim, mas isso tem mais a ver com aquilo que fazemos com o tempo que nos é disponibilizado, enfim como o gastamos, existem tantas formas de gastá-lo mas hoje em dia parece que o esbanjamos, tal é a correria, mas é nesta correria que somos obrigados a dar os nossos tombos e é com os tombos que se aprende, logo esta não é senão uma forma acelerada de aprendizagem.

É pois o tempo sempre a ensinar-nos em função das nossas necessidades, se antes as coisas corriam devagar o tempo se encarregou de nos ir ensinando ao longo de séculos e se agora a vida é bem mais frenética então o tempo adaptou-se e pôs-nos aos tombos, pois viu que só dessa forma nos consegue ensinar tudo aquilo que necessitamos aprender.

E finalmente o tempo tudo resolve, é bem verdade, nunca vi mal que sempre durasse, é uma vez mais o tempo a ensinar-nos, pois mesmo que não tenhamos aprendido ao longo dos séculos nem com a sua forma de aprendizagem acelerada, então ele como bom professor que é, e adaptado aos tempos modernos, proporciona-nos assim um género de passagem administrativa, eliminando todos os erros dos seus discípulos menos dotados que nem mesmo aos tombos tenham conseguido aprender.

PM disse...

Ó Pina não desnimes, a malta continua a reclamar até ficarmos gregos.

“Acordei”

Acordei muito dormente, não me lembrava bem de como tinha ido ali parar, reparei num botão e toquei, veio uma senhora vestida de branco e perguntei-lhe o que se tinha passado, ela explicou-me que eu tinha tido um acidente, entrara em coma e se tinham passado uma dúzia de anos, não me lembrava muito bem do sucedido.

Recebi muitas visitas, familiares e amigos, estavam todos muito mais crescidos e outros com aspecto mais velho, finalmente tive alta, vim para casa e comecei a informar-me sobre a nova sociedade, nova para mim passados estes anos, verifiquei que o buraco da camada de ozono tinha sensivelmente o mesmo tamanho e que já havia mais carros eléctricos.

Verifiquei que já não havia polémicas na vida pública, já não se falava de esquemas nem de corrupção e parecia ter havido um grande desenvolvimento a nível de infra-estruturas, tanto em novas como na conservação das existentes, estranhei, mas um dia recebi a visita de mais um amigo e resolvi informar-me melhor com ele.

Olha lá, disse-lhe eu, como é que estas evoluções se deram, tu sabes a nível da vida pública, da sua gestão e então ele explicou-me que a dada altura as coisas se tinham tornado incomportáveis, quase ao nível da convulsão social e então alguém se tinha lembrado de criar a figura do provedor do contribuinte, provedor esse que era responsável por controlar rigorosamente o orçamento público e desbloquear toda e qualquer verba.

Fiquei perplexo e perguntei-lhe, então mas esse tipo não está debaixo de fogo constante, não lhe limparam já o sarampo e aí ele explicou-me que não se tratava de um tipo mas de um sistema para onde confluía todo o dinheiro dos contribuintes e este fazia um controlo cego e rigoroso do orçamento e que mediante a emissão de notas codificadas disponibilizava as verbas inscritas e nem um tostão mais.

Mas isso obriga a um rigoroso planeamento e orçamentação, exclamei, não via o pessoal preparado para tal, não houve criativos a tentar dar a volta ao sistema, perguntei-lhe, então ele disse-me que de início sim, havia uma ponte lá no norte que só chegava a meio do rio pois tinham desviado metade da verba e também uma auto-estrada no oeste que tinha duas faixas num sentido e uma só no outro, pois tinham desviado um quarto da verba, mas foi só de início, porque depois a coisa dava tanto nas vistas que toda a gente se retraia de fazer tais aldrabices.

E ia eu colocar-lhe uma nova questão, que já não recordo qual quando o vejo a ficar ténue como uma nuvem de fumo e ouço um ruído assim muito ao fundo, era o despertador, sete da manhã, hora de ir trabalhar, tudo não passara de um sonho, levantei-me parei como é hábito para tomar um café e ler o jornal, dei-me conta de que afinal estava tudo na mesma, todos continuavam a roubar e o contribuinte a pagar... volta provedor...

PM disse...

Ó Pina cuidado com o sol.

“Humano sou eu”

Os activos humanos são o bem mais valioso de qualquer organização, certo ? errado, os activos humanos estão lá porque são necessários, mas quantos menos melhor e quanto menos humanos e mais activos melhor, certo ? errado, isto dos humanos é tudo muito complexo e depende de muitas variáveis, mas fica sempre bem desenvolver umas teorias e aderir às modas vigentes.

Sabemos que o ser humano, enquanto mercadoria não transaccionável, é um ser bestialmente adaptável às realidades, que luta sempre pelos seus objectivos e que busca a felicidade, o que quer que isso seja, já a classificação como activo, não relacionado com a actividade ela própria, mas como uma qualquer classificação contabilística, serve bem para as organizações, mas não para aqui.

Detenhamo-nos pois um pouco sobre os objectivos, devem ser exequíveis mas não alcançáveis, isto para a própria protecção do ser humano, pois o alcançar de um objectivo pode levar a um estado de felicidade tal que provoque o colapso, como o caso daquele filósofo que lutou toda uma vida para ver a sua teoria reconhecida, no dia seguinte após alcançar esse reconhecimento morreu.

Quanto à felicidade é ela própria um conceito de definição difícil, mas como já se viu deve ser tomada com moderação, em função dos tais objectivos que tendencialmente não se alcançam, senão caput, mas quando os conceitos são difíceis a prática leva à sua ilustração através de exemplos para melhor se compreender os seus contornos.

Neste caso por exemplo os escandinavos são felizes q.b., vivendo com pouco sol, pagando impostos elevadíssimos, mas usufruindo deles as contrapartidas exigíveis, já os povos do mediterrâneo são felizes q.b., vivendo com muito sol, pagando impostos elevados, mas obtendo deles apenas algumas contrapartidas, já nos países africanos os povos são felizes usufruindo de um clima extraordinário e vivendo com parcos recursos, dir-se-ia portanto que o clima tem um efeito sobre a felicidade inverso ao das condições financeiras e que portanto se equilibram, pode ser.

Como é que poderemos então equilibrar tudo isto de tão complexo que é ? relativamente ao ser, ser humano ou activo humano já se viu depende do contexto em que se está inserido, quanto aos objectivos já sabe deve tê-los sempre em linha de vista mas nunca os alcance, pois pode ter efeitos devastadores, já no que toca à felicidade deve ser tomada q.b. para que não aconteça o colapso e pode sempre equilibrar o seu estado de felicidade fazendo uma correcta gestão entre os seus recursos financeiros e a quantidade de exposição solar.

PM disse...

Ó Pina há sempre uma ideia complexa que espera por ti.

“Sócrates o grego”

Sócrates ficou conhecido por ser um eminente filósofo da Grécia antiga, que desenvolveu o conhecido método socrático, "é o método que consiste em parir ideias complexas a partir de perguntas simples e articuladas dentro de um contexto", e que através da ironia levava o seu interlocutor a entrar em contradição.

É um método que se aplica em duas etapas, na primeira a pessoa é levada a duvidar de seu próprio conhecimento a respeito de um determinado assunto e na segunda leva o interlocutor a conceber, de si mesmo, uma nova ideia, uma nova opinião sobre o assunto em questão, assim através de questões simples, inseridas dentro de um contexto determinado, este método dá à luz ideias complexas.

Agora que já compreendemos o mecanismo vamos pô-lo à prova a ver se é mesmo como se diz, chegados à fala com um responsável pela gestão autárquica perguntámos, ouça qual a necessidade daquele mamarracho, não era necessário, e quais o eventos pensados para as comemorações próximas, ainda não se pensou, mas vão reavaliar e pensar, talvez ainda não tinhamos pensado em pensar, e assim nasceu a complexa ideia do cérebro como montanha russa de neurónios.

Também no nosso parlamento chegámos à fala com um ilustre responsável, ouça aquela deputada que mora longe vai ter direito a pré comprados, não, não podemos abrir excepções, mas e o outro dos Açores que teve direito, são coisas diferentes, certo, dias depois decidiram pela atribuição dos pré comprados, voltámos lá, então agora decidiram em sentido oposto, sim mas só desta vez e nunca mais, e assim nasceu a complexa ideia do pensamento excepcional feito à medida das excepções.

A propósito de um grande desígnio nacional resolvemos também colocar à prova o método e entrevistámos o homónimo do grego, ouça meu caro um país tão pequeno necessita mesmo do TGV, sim claro, mas quase nem vai acelerar à velocidade máxima, não é importante, e não há problemas mais urgentes a resolver, certamente sim, e porquê esta prioridade, olhe não nos podemos desviar e já estou a pensar fazer o TGV em túnel para Nova York, e assim nasceu a complexa ideia da velocidade como auxiliar ao esquecimento de problemas agudos.

Chegámos por último à fala com o povo português e mais uma vez o método foi comprovado, então ò Zé Povinho o pessoal anda satisfeito com isto, até não, até não, pareceria pois vão sempre alternando, sim é verdade gostamos de alterne, mas não vos ocorre outra possibilidade de participação na vida do país, não nos ocorre não senhor, e assim nasceu a complexa ideia da alternância democrática e digam lá se Sócrates o grego após estes anos todos não continua a facturar ?