Ó Pina que me desculpem o Queirós e o Eça, mas eu prefiro a sorte.
“Espanha não cumpre”
Espera-se amanhã em Madrid o segundo dia de caos, depois dos sete mil e quinhentos trabalhadores do metro terem decidido não cumprir os serviços mínimos decretados pelo governo, desta forma Espanha não cumpre o que lhe querem impor, Espanha cumpre apenas e só o que lhe vai na alma, em suma cumpre a sua raça.
Nós por cá cumprimos escrupulosamente duas coisas, a saudade e o passado, ou melhor uma coisa só, o saudosismo do passado, o passado dourado que nos proporcionaram as minas do Brasil e os valorosos feitos a bordo das naus, conseguidos por dois ou três de nós que viveram há mais de cinco séculos, em suma cumprimos a nossa nostalgia.
Hoje em campo cumprimos uma vez mais a nossa nostalgia, baseada em metáforas sobre naus e adamastores, mas como se viu não foi suficiente e como já não há vitórias morais considero que apenas um de nós cumpriu a sua raça e esse um foi o nosso guardião que resistiu a quase todas as bombas, excepto uma, é o azar.
Enquanto isso do outro meio campo surgiram todas as bombas, estoicamente defendidas pelo nosso guardião, excepto uma, é a sorte, será caso para dizer a nostalgia do passado navegou junto com o azar e não conseguiu cumprir, enquanto isso a raça fez um qualquer pacto com a sorte e logrou cumprir.
Visivelmente abalado e desapontado a estrela da nossa selecção ao passar pela zona de entrevistas rápidas ao ser questionado sobre as razões do desaire terá respondido para que todos ouvissem “Perguntem ao ketchup !”, e razões terá de sobra pois o desejado turbilhão que sairia da embalagem não aconteceu.
Já não bastava o vuvuzelar constante com que a sua carola foi assediada, bem como o facto de não ter conseguido explodir, para finalmente ter-se visto a braços com a esta espécie de ketchup sem capacidade de seleccionar os melhores tomates, para que em cada momento o ketchup gorgolhasse da embalagem.
Triste sina a nossa que no final ainda tivemos que ouvir o ketchup entregar os louros ao adversário pela sua brilhante vitória, não fossemos todos provenientes do mesmo tomatal dir-se-ia estarmos perante a revolta do ketchup, mas não creio, o que se passou foi que escorregamos numa imensa tomada.
A tomatada, ou tomatina é como sabem uma guerra de tomates tradicionalmente espanhola à qual não nos conseguimos adaptar e o facto de o ketchup não nos ter sido de grande utilidade terá ficado a dever-se também ao facto de as principais unidades produtoras do dito se situarem no país vizinho e alguns dos lotes podem ter vindo adulterados.
Maiores cuidados teremos que ter na selecção da matéria prima para as futuras guerras do tomate e também a empregue na produção de ketchup, para que este resulte de melhor qualidade se de facto queremos ir para campo lutar de igual para igual, sabendo que se vamos correndo o risco de levar com alguns tomates na cabeça, também nos arriscamos a acertar com uns valentes esguichos vermelhos no coração dos nossos adversários.
2 comentários:
Ó Pina que me desculpem o Queirós e o Eça, mas eu prefiro a sorte.
“Espanha não cumpre”
Espera-se amanhã em Madrid o segundo dia de caos, depois dos sete mil e quinhentos trabalhadores do metro terem decidido não cumprir os serviços mínimos decretados pelo governo, desta forma Espanha não cumpre o que lhe querem impor, Espanha cumpre apenas e só o que lhe vai na alma, em suma cumpre a sua raça.
Nós por cá cumprimos escrupulosamente duas coisas, a saudade e o passado, ou melhor uma coisa só, o saudosismo do passado, o passado dourado que nos proporcionaram as minas do Brasil e os valorosos feitos a bordo das naus, conseguidos por dois ou três de nós que viveram há mais de cinco séculos, em suma cumprimos a nossa nostalgia.
Hoje em campo cumprimos uma vez mais a nossa nostalgia, baseada em metáforas sobre naus e adamastores, mas como se viu não foi suficiente e como já não há vitórias morais considero que apenas um de nós cumpriu a sua raça e esse um foi o nosso guardião que resistiu a quase todas as bombas, excepto uma, é o azar.
Enquanto isso do outro meio campo surgiram todas as bombas, estoicamente defendidas pelo nosso guardião, excepto uma, é a sorte, será caso para dizer a nostalgia do passado navegou junto com o azar e não conseguiu cumprir, enquanto isso a raça fez um qualquer pacto com a sorte e logrou cumprir.
Ó Pina e o ketchup ?
“A revolta do ketchup”
Visivelmente abalado e desapontado a estrela da nossa selecção ao passar pela zona de entrevistas rápidas ao ser questionado sobre as razões do desaire terá respondido para que todos ouvissem “Perguntem ao ketchup !”, e razões terá de sobra pois o desejado turbilhão que sairia da embalagem não aconteceu.
Já não bastava o vuvuzelar constante com que a sua carola foi assediada, bem como o facto de não ter conseguido explodir, para finalmente ter-se visto a braços com a esta espécie de ketchup sem capacidade de seleccionar os melhores tomates, para que em cada momento o ketchup gorgolhasse da embalagem.
Triste sina a nossa que no final ainda tivemos que ouvir o ketchup entregar os louros ao adversário pela sua brilhante vitória, não fossemos todos provenientes do mesmo tomatal dir-se-ia estarmos perante a revolta do ketchup, mas não creio, o que se passou foi que escorregamos numa imensa tomada.
A tomatada, ou tomatina é como sabem uma guerra de tomates tradicionalmente espanhola à qual não nos conseguimos adaptar e o facto de o ketchup não nos ter sido de grande utilidade terá ficado a dever-se também ao facto de as principais unidades produtoras do dito se situarem no país vizinho e alguns dos lotes podem ter vindo adulterados.
Maiores cuidados teremos que ter na selecção da matéria prima para as futuras guerras do tomate e também a empregue na produção de ketchup, para que este resulte de melhor qualidade se de facto queremos ir para campo lutar de igual para igual, sabendo que se vamos correndo o risco de levar com alguns tomates na cabeça, também nos arriscamos a acertar com uns valentes esguichos vermelhos no coração dos nossos adversários.
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