Hoje fui confrontado com a questão “Os erros não são todos humanos ?” e não mais parei de dar voltas à cabeça, parecendo-me afirmativa a resposta, pois se nem os deuses, anjos ou santos cometem erros, é por demais evidente que todos os erros terão que ser humanos, mas ainda assim não me dei por vencido, pode lá ser uma coisa destas ?
Mas para reforçar esta forte evidência lembrou-me de relatórios imensos, onde quase nunca falta no último capítulo a mais famosa das conclusões “causado por erro humano”, pois se as coisas não erram é por demais evidente que as causas dos erros só podem sobejar para nós, mas ainda assim não me dei por vencido, pode lá ser uma coisa destas ?
Mas depois lembrei-me da declaração universal dos direitos do homem e do que esta encerra em si e lembrei-me de muitas outras declarações de princípios que polvilham a nossa existência e que constituem todas elas bonitas declarações de princípios humanos, mas que quase sempre constituem letra morta e que parecem cada vez mais esquecidas, pode lá ser uma coisa destas ?
Veio-me à ideia Joana d’Arc e um tempo em os humanos pagavam pelos seus supostos erros na fogueira e também notícias recentes em que erros em pleno século XXI são pagos à pedrada, é a chamada morte por lapidação, entre a fogueira de outrora e a lapidação de hoje medeiam mais de cinco séculos e um rol de declarações de direitos, tristes direitos, pode lá ser uma coisa destas ?
Pelo meio pagaram pelos seus erros uns milhões, nas câmaras de gás, pagam hoje uns milhões o facto de terem nascido no local errado, com a fome e miséria, pagamos já hoje nos países ditos desenvolvidos, os custos de opções erradas e falta de soluções para inverter a situação, ouvimos sempre dizer “é preciso fazer”, mas nunca ouvimos dizer como fazê-lo, nem vemos fazê-lo, pode lá ser uma coisa destas ?
Por isso não me dei por vencido e embora saibamos que os erros humanos existem, a começar desde logo pelo erro de deliberadamente redigir bonitas cartas de intenções sem daí extrair as devidas consequências, mas ainda assim a resposta àquela questão apenas me surgiu sob a forma de uma outra “Não serão quase todos os erros, erros desumanos ?”, pode lá ser uma coisa destas ?
Um advogado todo "da linha de Cascais", vai caçar patos para o Alentejo.
Dá um tiro, acerta num pato, mas o bicho cai dentro da propriedade de um lavrador.
Enquanto o advogado saltava a vedação, o lavrador chega no tractor e pergunta-lhe o que estava ele a fazer.
O advogado respondeu: - Acabei de matar um pato, mas ele caiu na sua terra, e agora vou buscá-lo.
O velhote responde: - Esta propriedade é privada, por isso não pode entrar.
O advogado, indignado: - Eu sou um dos melhores advogados de Portugal! Se não me deixa ir buscar o pato eu processo-o e fico-lhe com tudo o que tem!
O lavrador sorriu e disse: - O senhor não sabe como é que funcionam as coisas no Alentejo! Nós aqui temos o Código Napoleónico! Nós resolvemos estas pequenas zangas com a Regra Alentejana dos Três Pontapés.
Primeiro eu dou-lhe três pontapés; depois você dá-me três pontapés; e assim consecutivamente até um de nós desistir!
O advogado já se estava a sentir violento há um bocado, olhou para o velho e pensou que era fácil dar-lhe uma carga de porrada.
Por isso, aceitou resolver as coisas segundo o costume local.
O velho, muito lentamente, saiu do tractor e caminhou até perto do advogado.
O primeiro pontapé, dado com uma galocha bem pesada, acertou directamente nas bolas do advogado, que caiu de joelhos e vomitou.
O segundo pontapé quase arrancou o nariz do advogado.
Quando o advogado caiu de cara, com as dores, o lavrador apontou o terceiro pontapé aos rins, o que fez com que o outro quase desistisse.
Contudo, o coração negro e vingativo do advogado falou mais forte. Ele não desistiu, levantou-se, todo ensanguentado, e disse: - Bora, velhote! Agora é a minha vez!
O lavrador sorriu e disse: - Nah! Eu desisto! Leve lá o pato!
2 comentários:
Ó Pina que tipo de erros são ?
“Erros desumanos”
Hoje fui confrontado com a questão “Os erros não são todos humanos ?” e não mais parei de dar voltas à cabeça, parecendo-me afirmativa a resposta, pois se nem os deuses, anjos ou santos cometem erros, é por demais evidente que todos os erros terão que ser humanos, mas ainda assim não me dei por vencido, pode lá ser uma coisa destas ?
Mas para reforçar esta forte evidência lembrou-me de relatórios imensos, onde quase nunca falta no último capítulo a mais famosa das conclusões “causado por erro humano”, pois se as coisas não erram é por demais evidente que as causas dos erros só podem sobejar para nós, mas ainda assim não me dei por vencido, pode lá ser uma coisa destas ?
Mas depois lembrei-me da declaração universal dos direitos do homem e do que esta encerra em si e lembrei-me de muitas outras declarações de princípios que polvilham a nossa existência e que constituem todas elas bonitas declarações de princípios humanos, mas que quase sempre constituem letra morta e que parecem cada vez mais esquecidas, pode lá ser uma coisa destas ?
Veio-me à ideia Joana d’Arc e um tempo em os humanos pagavam pelos seus supostos erros na fogueira e também notícias recentes em que erros em pleno século XXI são pagos à pedrada, é a chamada morte por lapidação, entre a fogueira de outrora e a lapidação de hoje medeiam mais de cinco séculos e um rol de declarações de direitos, tristes direitos, pode lá ser uma coisa destas ?
Pelo meio pagaram pelos seus erros uns milhões, nas câmaras de gás, pagam hoje uns milhões o facto de terem nascido no local errado, com a fome e miséria, pagamos já hoje nos países ditos desenvolvidos, os custos de opções erradas e falta de soluções para inverter a situação, ouvimos sempre dizer “é preciso fazer”, mas nunca ouvimos dizer como fazê-lo, nem vemos fazê-lo, pode lá ser uma coisa destas ?
Por isso não me dei por vencido e embora saibamos que os erros humanos existem, a começar desde logo pelo erro de deliberadamente redigir bonitas cartas de intenções sem daí extrair as devidas consequências, mas ainda assim a resposta àquela questão apenas me surgiu sob a forma de uma outra “Não serão quase todos os erros, erros desumanos ?”, pode lá ser uma coisa destas ?
O advogado e o alentejano
Um advogado todo "da linha de Cascais", vai caçar patos para o Alentejo.
Dá um tiro, acerta num pato, mas o bicho cai dentro da propriedade de um lavrador.
Enquanto o advogado saltava a vedação, o lavrador chega no tractor e pergunta-lhe o que estava ele a fazer.
O advogado respondeu:
- Acabei de matar um pato, mas ele caiu na sua terra, e agora vou buscá-lo.
O velhote responde:
- Esta propriedade é privada, por isso não pode entrar.
O advogado, indignado:
- Eu sou um dos melhores advogados de Portugal!
Se não me deixa ir buscar o pato eu processo-o e fico-lhe com tudo o que tem!
O lavrador sorriu e disse:
- O senhor não sabe como é que funcionam as coisas no Alentejo!
Nós aqui temos o Código Napoleónico!
Nós resolvemos estas pequenas zangas com a Regra Alentejana dos Três Pontapés.
Primeiro eu dou-lhe três pontapés;
depois você dá-me três pontapés;
e assim consecutivamente até um de nós desistir!
O advogado já se estava a sentir violento há um bocado, olhou para o velho e pensou que era fácil dar-lhe uma carga de porrada.
Por isso, aceitou resolver as coisas segundo o costume local.
O velho, muito lentamente, saiu do tractor e caminhou até perto do advogado.
O primeiro pontapé, dado com uma galocha bem pesada, acertou directamente nas bolas do advogado, que caiu de joelhos e vomitou.
O segundo pontapé quase arrancou o nariz do advogado.
Quando o advogado caiu de cara, com as dores, o lavrador apontou o terceiro pontapé aos rins, o que fez com que o outro quase desistisse.
Contudo, o coração negro e vingativo do advogado falou mais forte.
Ele não desistiu, levantou-se, todo ensanguentado, e disse:
- Bora, velhote! Agora é a minha vez!
O lavrador sorriu e disse:
- Nah! Eu desisto! Leve lá o pato!
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