sábado, 8 de janeiro de 2011

Jangada de pedra ( a razão de Saramago)?

A Jangada de Pedra é um romance de José Saramago. Conta a história ficcional da separação geográfica da Península Ibérica do restante continente europeu. Esta obra, traduzida em mais de vinte línguas, já foi adaptada ao cinema em 2002 por George Sluizer.


A separação geográfica é uma alusão ao que Saramago via ocorrer frente à unificação da Europa, onde os países ibéricos estavam postos de lado, navegando à deriva sem se identificarem cultural, social ou economicamente com o restante do continente.

A este acontecimento impactante, aparentemente sem explicação científica, precedem outros quatro igualmente sobrenaturais que unem as personagens com quem ocorreram os factos. Joana Carda, Joaquim Sassa, José Anaiço e Maria Guavaira, Pedro Orce e Cão, percorrem uma longa jornada em busca de algo que lhes desatormente as almas, a sentirem-se culpadas pelo ocorrido.
Nesta teia, Saramago tem fértil terreno para destilar as suas críticas a respeito da vida em sociedade e das autoridades.

10 comentários:

PM disse...

Ó Pina que bebas por muitos anos.

“RIP”

Eu ando cá para morrer
Só que ainda não morri
Tudo o que ainda não vivi
Não sei se me irá acontecer

Eu nunca poderei dizer
Desta água não beberei
Só que eu também não sei
Se terei tempo de a beber

Vou jogando, vou vivendo
Vou cantando, vou bebendo
Vou dormindo, vou comendo

Eu é que não sei se m’entendo
Se é que me estão percebendo
Deixo de beber em morrendo.

PM disse...

Ó Pina ou vai ou racha.

“Disco riscado”

Este disco está riscado
Já me atazana os ouvidos
Mas esqueço os pruridos
E abasteço-me no mercado

Uma pitada de austeridade
Dois réis de dívida soberana
Também levo à minha mana
Quando fôr lá pela cidade

Um bocadinho de pobreza
Já tenho controlo na despesa
Assim salvo o estado social

O FMI podem ter a certeza
Não vem cá fazer fineza
Virá para varrer o quintal.

PM disse...

Ó Pina vamos ajudar a Maria.

http://takeustobruges.blogs.sapo.pt/

“Alma de Maria”

A Maria não anda a pedir
Vende pedaços da sua alma
Por isso tenham todos calma
A melhor lição está pr’a vir

Com a sua alma esburacada
A Maria no seu mestrado
Aquele sonho concretizado
Agradece de forma inesperada

Aplicando-se até à exaustão
Lá naquela escola de eleição
O seu esforço será reconhecido

E com todos nós no coração
Obterá uma alta classificação
Nada que não tivesse merecido.

PM disse...

Ó Pina isto é como o mau olhado.

“Maldição”

Está tudo bem controlado
Nem duvidar disso é bom
A solução passa pelo dom
Sem milagre tudo estragado

Já invocam a Nossa Senhora
Nesta hora de grande aflição
Talvez mesmo sem aparição
Consigamos livrar a penhora

Senão invocamos os demos
E com a força que tivermos
Lançaremos uma maldição

E por certo nos livraremos
Desses espíritos pequenos
Que nos querem na perdição.

Anónimo disse...

"Somos um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio,
fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas somos capazes de sacudir as moscas …"

Guerra Junqueiro escrito em 1886

PM disse...

Ó Pina basta que haja um espelho.

“Navegar”

Já se diz o governo falhou
E não terão falhados todos ?
Pois se houve dinheiro a rodos
E este pobre país definhou

Não procurem bode expiatório
Que isso é estratagema velho
Basta olharem-se ao espelho
E não colocar filtro censório

Mas que raio de rádio novela
Que passa aqui nesta favela
Vou mas é o rádio desligar

Vou pintar uma aguarela
Com uma linda caravela
Navegará pr’a nos libertar.

PM disse...

Ó Pina eu tenho um baralho a mais.

“Tarot”

A bola de ouro de treinador
O rei Mourinho já arrecadou
E um bonito discurso botou
É Portugal no seu esplendor

Pena que não siga o exemplo
A classe que nos governa
Pois se até lá na taberna
O pessoal seguiu atento

Cada macaco no seu galho
E a fazer o respectivo trabalho
Temos no futebol bons de bola

Se não queremos dar um tralho
Consultemos as cartas do baralho
Escolhamos arcanos bons da tola.

PM disse...

Ó Pina o chico é bom da tola.

“Chico”

Sócrates está muito satisfeito
Isso é mesmo motivo suficiente
Para também satisfazer a gente
Pois não o queremos contrafeito

Foi visto a festejar com Platão
E consta que o Baco alinhou
Da boa pinga é que se provou
Aristóteles deu um trambolhão

Da economia Ateniense falaram
A dívida que Cretenses falharam
Do recurso ao leilão e mecenas

Das amadas que se perfumaram
Teceram quando eles embarcaram
Sim daquelas mulheres de Atenas.

Bancário Anarquista disse...

The Agitator: Geat Ready

http://www.youtube.com/watch?v=KF2bQuIeuaQ

PM disse...

Ó Pina ri até partir.

“Rir”

A economia vai contrair
Mas não precisas sorrir
Apenas deves assumir
Que te irás descontrair

Com a tua descontracção
Vais gastar um dinheirão
A economia com emoção
Terá uma grande expansão

São os ciclos económicos
Geram fluxos astronómicos
Se resolves rir à gargalhada

Será enorme a descontracção
Economia terá uma explosão
Iremos vê-la estilhaçada.