Sentindo chegar sua hora, Major, um velho porco, reúne os animais da fazenda para compartilhar de um sonho: serem governados por eles próprios, os animais, sem a submissão e exploração do homem. Ensinou-lhes uma antiga canção, Animais da Inglaterra (Beasts of England), que resume a filosofia do Animalismo, exaltando a igualdade entre eles e os tempos prósperos que estavam por vir, deixando os demais animais extasiados com as possibilidades.
O velho Major faleceu três dias depois, tomando a frente os astutos e jovens porcos Bola-de-Neve e Napoleão, que passaram a se reunir clandestinamente a fim de traçar as estratégias da revolução. Certo dia Sr. Jones, então proprietário da fazenda, se descuidou na alimentação dos animais, fato este que se tornou o estopim para aqueles bichos. Deu-se a Revolução.
Sob o comando dos inteligentes e letrados porcos, os animais passaram a chamar a Quinta Manor de Quinta dos Animais pt / Granja ou Fazenda dos Bichos br, e aprenderam os Sete Mandamentos, que, a princípio, ganhava a seguinte forma:
1. Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo.
2. Qualquer coisa que ande sobre quatro pernas, ou tenha asas, é amigo.
3. Nenhum animal usará roupas.
4. Nenhum animal dormirá em cama.
5. Nenhum animal beberá álcool.
6. Nenhum animal matará outro animal.
7. Todos os animais são iguais.
31 comentários:
Ó Pina só temos tolerância para as mais-valias.
“Tolerância zero”
Os tempos são de números
Já não são tempos de letras
Então que fazer dos poetas?
Passam a ser energúmenos
E que fazer com a filosofia?
Não tem valor acrescentado
Por agora coloca-se de lado
Talvez possa ser útil um dia
Nos tempos em que vivemos
Apenas tem valor a economia
E tu se não és uma mais-valia
Pode bem ser que te toleremos
Mas como quebras a hegemonia
Passas a contar como anomalia.
Ó Pina eu acho que não foi bem como dizes.
“Balbúrdia na quinta”
Todos os animais são iguais
É uma regra da nossa quinta
Mas há um com muita pinta
Que manda em nós animais
Nenhum animal pode beber
É outra das regras de ouro
Mas existe por cá um touro
Que bebe até mais não poder
Respeitava-se esta igualdade
Até ao dia da grande revolta
Em que a igualdade não volta
Agora é uma quinta de verdade
A pinta passou a atributo geral
E já se bebe de forma liberal.
Ó Pina deste lado é que é bom.
“Loucura”
Se quis saber a verdade
Ninguém ma soube dizer
Agora já não quero saber
Pois vivo na insanidade
É mais fácil deste lado
Já ninguém me contraria
Coisa que não acontecia
Quando não era marado
Anda vem visitar comigo
Esta loucura de realidade
És bem-vindo meu amigo
Nós não estamos caducos
E para falar com verdade
Vocês parecem malucos.
Ó Pina já deves estar a dormir pra não ouvir.
“Conversas”
Não digo absolutamente nada
E é tudo o que queres ouvir
Pois se te encontras a dormir
Já nem escutas a trovoada
Falo pois para o meu umbigo
E já que tu não me escutas
Diz aí a todas essas putas
Que escutem tudo o que digo
E nesta conversa cruzada
Sobre temas inconvenientes
Em que finges estar acordada
Tudo fazes para não ouvir
Estas dissertações abrangentes
Por isso te encontras a dormir.
Ó Pina vamos sambar.
“Carnaval”
O tipo da direita sou eu
A tipa da esquerda és tu
Ninguém me reconheceu
O rei anda a pé e está nu
A rainha chegou vestida
Das terras de vera cruz
No cortejo vai despida
Está frio mas vamos nus
Este ano não há graveto
Para os carros alegóricos
Por isso não comprometo
Os recursos no carnaval
Podemos ser categóricos
Vamos a pé com fio dental.
Ó Pina a luta continua na Alemanha.
“A luta é alegria”
Homens da luta ai estão
O povo votou em massa
E assim ganharam a taça
A do festival da canção
É passaporte pr’a eurovisão
Partem com luta engraçada
Ou verão a luta censurada?
Já muita gente se arranha
Este humor é um caso sério
Que promete longe chegar
A chanceler Merkel brindar
Quem sabe o festival ganhar
Pelo menos levar-lhe um ar
Cá do nosso quinto império.
Todos os animais são iguais... mas uns mais iguais que outros?!
E os coiTados dos cangurus... onde ficavam?
Voltamos à velha questão: igualdade sem liberdade é uma grande treta!
A LUTA É ALEGRIA (Homens da Luta)
Por vezes dás contigo desanimado
Por vezes dás contigo a desconfiar
Por vezes dás contigo sobressaltado
Por vezes dás contigo a desesperar
De noite ou de dia
A luta é alegria
E o povo avança é na rua a gritar!
De pouco vale o cinto sempre apertado
De pouco vale andar a lamuriar
De pouco vale um ar sempre carregado
De pouco vale a raiva p'ra te ajudar
De noite ou de dia
A luta é alegria
E o povo avança é na rua a gritar!
Traz o pão, traz o queijo, traz o vinho
Vem o velho, vem o novo e o menino
Vem celebrar esta situação
E vamos cantar contra a reacção!
Traz o pão, traz o queijo, traz o vinho
Vem o velho, vem o novo e o menino
Não falta quem te avise: vai com cuidado
Não falta quem te queira mandar calar
Não falta quem te deixe ressabiado
Não falta quem te venda o próprio ar
De noite ou de dia
A luta é alegria
E o povo avança é na rua a gritar!
Traz o pão, traz o queijo, traz o vinho
Vem o velho, vem o novo e o menino
Vem celebrar esta situação
E vamos cantar contra a reacção
Traz o pão, traz o queijo, traz o vinho
Vem o velho, vem o novo e o menino
http://consolatajovem.blogspot.com/2011/03/luta-e-alegria-com-letra.html
Fernando Pessoa por Joao Villaret- Tabacaria
http://www.youtube.com/watch?v=NkTQAFmAKvQ&feature=related
Bethania - Poema do Menino Jesus - Fernando Pessoa
http://www.youtube.com/watch?v=gWI1gs0dJYk&feature=related
Ó Pina o vento calmo é a nossa sina.
“Horizonte”
Rosa de oiro minha mágoa
Cabelos doirados ao vento
Não escutas o meu lamento
Escutas só as gotas de água
Vento forte trás boaventura
A navegação faz-se veloz
Ultrapassamos tempo feroz
E um vento calmo perdura
Nesta brisa de bom auguro
Passada a grande tormenta
Cimentamos o nosso futuro
Apesar do passado lamacento
Vejo esperança que aumenta
Cabelos doirados ao vento.
Ó Pina é hoje.
“Portugal tálento”
É mais um cavaquistão
A seguir a tantos outros
É bom colher os frutos
Destes que pr’áqui estão
Com imensa actividade
Se exercerá magistratura
Será bom enquanto dura
E promove a estabilidade
No final virá a reforma
E por certo bem dourada
O bom filho a casa torna
Já não será na casa velha
Mas na sua nova morada
Lá pr’ós lados da coelha.
Ó Pina o mais caro é o azeite.
“Receita d’avozinha”
Portugal está em apuros
O mercado não se acalma
Ao diabo vendemos a alma
Apareceu escrito nos muros
Mas dizem vozes eruditas
Resolveremos os problemas
E não vai ser com esquemas
Mas com umas rezas benditas
O azeite num prato de barro
E umas rosinhas de cheiro
Mexes três vezes c’um cigarro
E dizes uma certa ladainha
Juntas-lhe um olho de carneiro
Nunca falha a receita d’avozinha.
Ó Pina assim vamos lá.
“A concertina”
Da concertina estratégica
Até ao sobressalto cívico
Ressoa um som diatónico
No acordeão seria trágico
Abre o fole solta uma nota
Fecha-o e a nota é distinta
Tocas tu com muita pinta
Uma modinha bem janota
Tocadores de concertina
Há-os por cá com fartura
E não é que o povo atina?
Solta um pézinho de dança
Sacode a letargia prematura
Assim o país pula e avança.
Homens da Luta na Moção de recandidatura de José Sócrates
http://www.youtube.com:80/watch?v=NZdmpmwMQR8&feature=player_embedded
Ó Pina a geração P anda...
“À rasca”
Jovens andam drogados
O Ben Ladem é culpado
Ouvem disco e não fado
E dizem estar enrascados
Com a carola queimada
Convocaram uma manif
Hão-de apanhar o patife
Qu’os meteu nesta salada
Jovens deixem-se de tretas
E ponham juízo na mona
Agarrem-se às picaretas
Vão pr’apanha da azeitona
Ou falem com os profetas
Se querem manter-se à tona.
Ó Pina não te preocupes.
“Preocupação”
Já há muito não se via
Um secretário de estado
Muito muito preocupado
C’o jovem desempregado
Aproveitem a embalagem
E alastrem a preocupação
Convoquem manifestação
Seguida de um arrastão
Arrastem c’a vossa alegria
Esta malta que já não via
Preocupar-se nem um dia
Chamem os homens da luta
Incomodam gente impoluta
Já que eles gritam à bruta.
Ó Pina é a travessia do Sahara.
“Faz-te à estrada”
Eu lembro-me do tempo
Em que não havia nada
A malta fazia-se à estrada
Pr’a não se ver enrascada
Hoje olhas com relutância
E uma relativa ignorância
Mas vives na abundância
Desemprego é passatempo
Faz-te à estrada novamente
Que o ouro está-se a acabar
Não podia durar eternamente
Deves começar já a escavar
E procurar reter na mente
Aqueles tempos de penar.
Nuno,Alcacer do Sal, 11/03/11 16:20
A partir de Maio de mim já não comem nem mais um centimo cambada de bandidos.Vou para a Inglaterra.
Salve se, quem puder, porque com estes otários no Governo o povo está a morrer á fome.
http://economico.sapo.pt/noticias/as-novas-medidas-de-austeridade-em-2012-e-2013_113107.html
Ó Pina próxima estação o paraíso.
“Paraíso”
Procuro mas não encontro
Intensifica-se esta procura
Há um vazio que perdura
Por encontrar tudo pronto
Do nada irei recomeçar
Com apenas uma certeza
Será de uma eterna beleza
O que achar sem procurar
Continuo com intensidade
A percorrer esta estrada
Mas sem aquela ansiedade
De uma marcha apressada
Vou com a mesma felicidade
Mesmo sem encontrar nada.
Ó Pina a enrascadela é global.
“Desfilai”
Quatro putos enrascados
Desta enrascada geração
Convocam a manifestação
A sério não foram levados
Mas à rasca está a nação
Como ficou demonstrado
Na rua o povo enrascado
Gritou a pleno pulmão
Mas não sabem os petizes
Que a enrascadela é global
Fruto de uma ganância tal
E já nem contam os países
Não passamos de aprendizes
Podem desfilar não faz mal.
Ó Pina vem aí a velha.
“Velha austeridade”
Durão saúda a austeridade
Lá da sua austera poltrona
Cá a nossa já é quarentona
Está-se a acabar a mocidade
Está a começar a envelhecer
E já tem umas rugas na face
Não é coisa que lhe desejasse
Um dia acabará por morrer
Outra coisa não era de esperar
Bem austero será seu funeral
Por isso comecem já a pensar
Quem lhe sucederá em Portugal
Será outra e não tarda a chegar
Num estilo bem mais ditatorial.
Ó Pina vamos olhar o céu.
“Escrito no céu”
Fukushima meu amor
Apelo ao teu coração
Liga lá a refrigeração
Arrefece esse reactor
Usa esse poder nuclear
Como um dom especial
Pr’o bem e não pr’o mal
Não nos queiras dilacerar
Japão meu coração chora
No céu apareceu escrito
A homenagem nesta hora
A estes irmãos devastados
Soltem um profundo grito
Ficámos todos prostrados.
Ó Pina são bons livros a bons preços...
“Dá um like”
Dá lá um like à Maria
Qu’ela bem o merece
Ela sonha de noite e dia
E o sonho não adormece
Esquece lá os sabonetes
Que já têm muitos likes
E vê lá se te comprometes
Antes que dêem uns vipes
Maria pede para divulgar
Este seu sonho imenso
Assim já estarás a ajudar
Ajuda que não ficas tenso
Vais ver até ajuda a relaxar
Pelo menos é isto que penso.
http://takeustobruges.blogs.sapo.pt/
Ó Pina é tempo de dieta...
“Aperta o cinto”
A oeste nada de novo
A não ser austeridade
E esta sua autoridade
Mas lá falou ao povo
Povo que lavas no rio
Talhas com o machado
Em resumo tás lixado
Aperto o cinto com brio
Eu estou aqui pr’a ficar
Vou defender Portugal
Ninguém nos vai ajudar
Isso era um acto falhado
Isto não é um bananal
Eu vou fintar o mercado.
Ó Pina elas encantam.
“Canto da sereia”
Eu tenho todas as ideias
Mas não as quero gastar
Por isso só uma vou dar
Ouçam cantar as sereias
Cantam com tanta doçura
Que até te podem embalar
Mas não te deixes afundar
No seio dessa sua loucura
Agora que sabes o segredo
Rasga um sorriso ao passar
Mas não te deixes encantar
Podes chocar c’o rochedo
Aprende antes a decifrar
Esses cantos de enfeitiçar.
Ó Pina elas encantam.
“Canto da sereia”
Eu tenho todas as ideias
Mas não as quero gastar
Por isso só uma vou dar
Ouçam cantar as sereias
Cantam com tanta doçura
Que até te podem embalar
Mas não te deixes afundar
No seio dessa sua loucura
Agora que sabes o segredo
Rasga um sorriso ao passar
Mas não te deixes encantar
Podes chocar c’o rochedo
Aprende antes a decifrar
Esses cantos de enfeitiçar.
Ó Pina vai uma tacada?
“O jogo”
Temos um PEC surpresa
Bem ao jeito da garotada
Que agora não pára calada
E isto só nos dará despesa
Sobe a renda ao mercado
Ao verem tal bandalheira
Vão-nos fechar a torneira
E o rating será depreciado
Já a população envelhece
Medicamento é aumentado
Só uma coisa embaratece
É um estímulo programado
Jogas golfe quando apetece
Pois o IVA será aligeirado.
Ó Pina viste a carneirada?
“Carneirada”
Hoje não escrevo nada
Porque não me apetece
E ninguém se aborrece
Só contemplo a manada
Lá ao longe na pastagem
Vejo ovelhas, vacas e bois
Dentre eles distingo dois
Sobretudo pela roupagem
E pergunto pela carneirada
Esses que ninguém esquece
Quando a moção é votada
Hoje ninguém se aborrece
Já que não escrevo nada
Porque não me apetece.
Ó Pina vai uma passa de crise?
“Fumar a crise”
Se a crise entrar em crise
É que a malta se endireita
Por hora a crise é perfeita
Mas pode ser que deslize
Se a crise for persistente
Então a malta tá quilhada
Pois crise assim é tramada
Não há santo que aguente
Vou fumar um cigarrinho
Daqueles que dá pr’a rir
Esqueço a crise é certinho
Outros amigos hão-de vir
Atraídos por este cheirinho
Para sobre a crise reflectir.
Ó Pina vai um petisco?
“Chouriços”
Tenho pr’a dar e vender
Mas não vendo nem dou
Que isto era do meu avô
Se é que me faço entender
Façam como ele também
Esgatanhem-se a trabalhar
Para alguma coisa juntar
Ele fê-lo como ninguém
Não se deixem enrascar
Levem a água ao moinho
Para os grãos estilhaçar
Faz-se pão bebe-se o vinho
Que isto é só pr’a começar
E por fim um chouricinho.
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