Os vestígios mais antigos da ocupação humana descobertos até data nas margens do Rio Sado,na área compreendida entre Alcácer do Sal e Setúbal, remontam ao Neolítico médio final, há cerca de 5.200/4.500 anos,e situam-se fundamentalmente na margem esquerda da foz, entre as povoações da Comporta e da Carrasqueira.
As caracteristicas naturais da foz eram então bastante diferentes das actuais, uma vez que não se encontrava ainda formado o cordão dunar de Troia, cujo o extremo não passaria de uma ilha, consistindo a área da Comporta num sistema de tipo lagunar com uma franca ligação ao mar, o que lhe conferia condições preferenciais e selectivas para a existência de algumas espécies de peixes, moluscos e mariscos, como a dourada, amêijoa e o língueirão.
A escolha desta área como lugar de fixação por populações neolíticas deve-se pois às suas extraordinárias condições naturais que, numa época de progressiva sedentarização dos povos, permitiram o seu estabelecimento e crescimento demográfico, baseado fundamentalmente numa economia de pesca ( recolecção ), complementada com a agricultura e a criação de gado, já então praticadas.
As jazidas descobertas nesta zona(Celeiro Velho-Cambado, Malhada Alta, Possanco, Pontal, Barrosinha e Sapalinho), revelam níveis de concheiros e artefactos que permitem estabelecer a evolução desde a primeira fixação humana na zona ( Pontal ), até ao início da Idade do Bronze.
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