segunda-feira, 28 de junho de 2010

Febre do mundial? O governo aproveita...

Tal como nós prevíamos, e não é preciso ser muito perspicaz para antever isto, o governo aproveita a loucura do mundial para lançar "boas" notícias.


“O Governo publico um decreto-lei de execução orçamental que obriga os bancos a enviar às Finanças informação sobre quanto é que cada cidadão recebe por ano em juros de poupanças, apesar de as instituições financeiras já fazerem a retenção na fonte relativamente às taxas liberatórias.” (in: www.dn.pt)

Não é exactamente o levantamento do sigilo bancário que nos preocupa, até concordamos, e já está previsto na lei (em certas situações)! Se os valores das contas não correspondem aos ordenados e outros rendimentos, é uma forma de combate à evasão fiscal. Não faz sentido nenhum receberem dinheiro e não o declararem, porque assim anda meio mundo a trabalhar para os outros. Para além de não pagarem os respectivos impostos, não contribuem para a Segurança Social e até encontram forma de receber subsídios aos quais não deveriam ter direito. Estão assim a contribuir não só para o défice de um país, como também a comprometer a situação económica da Segurança Social e consecutivamente a prejudicar todos aqueles que não terão reforma.

O que o governo quer é gente preguiçosa, que dependa de subsídios, que façam barulho para pedir coisas e nenhum esforço para consegui-las... Porque se uma pessoa trabalhar, então tem direito a ser inspeccionado, a pagar impostos, a pagar segurança social, a pagar os estudos dos filhos, taxas moderadoras e ainda perspectiva a inexistência de subsídios quando necessitar.

Mas, quererem fazer justiça fiscal, através daqueles que pouparam, e levar parte das suas poupanças. Acreditamos que exista gente a receber bastante dinheiro de juros dos bancos, cuja proveniência é suspeita. Mas, aquela pessoa que tem feito esforços, que tem abdicado de mordomias e bens essenciais para conseguir sentir alguma segurança económica em caso de infortúnio, deve ser novamente taxada pelo governo? Aquele pessoa que vai juntando as economias para comprar algo, sem necessitar de pedir empréstimos, deve ser prejudicada? Tem-se ouvido o governo apelar tanto à poupança, mas não é este decreto-lei uma medida anti-poupança?

Deveriam ter levado pelo menos a ideia à Assembleia da República, permitir o debate e chegarem a uma conclusão democrática, para podermos ser representados (ou não) através dos partidos políticos. Mas democracia é um conceito em que cada vez menos acreditamos.

Apesar de se uma coisa muito boa, nem queremos imaginar o que vai acontecer se Portugal for campeão.

3 comentários:

PM disse...

Ó Pina vamos ser campeões já amanhã.

“Sem oxigénio”

Oito anos depois, o PSD regressa ao topo, não sou eu que o digo, é notícia de primeira página, tem sido sempre assim ao longo desta nossa curta existência em democracia, de oito em oito anos algo de novo acontece para gáudio das massas, massas essas que nesta fase andam mais preocupadas com o ketchup, e se ketchup vai bem com massas, mas é só até terça-feira porque daí em diante é mais zapateado.

Mas as massas cada vez olham mais de baixo para estes valorosos trepadores, porquê não sei, é uma constatação pura e dura, a base está a distanciar-se cada vez mais do pico, provavelmente no futuro estes valorosos trepadores e em função desde dado novo, passem a levar mais tempo a atingir esse pico, quem sabe no limite poderão levar quarenta e oito anos nesta árdua tarefa de escalada.

Porque se pensarmos bem os custos de andar sempre a mudar são superiores aos custos de conservarmos por mais tempo os nossos trepadores no topo, assim mal comparado que o digam as nossas socialites, por cada festa que frequentam levam uma toilette nova, o quanto isso lhes pesa na carteira, se ao contrário usassem o mesmo vestidinho em três ou quatro festas o quanto poupavam.

Mas já que estamos a falar de trepar, nós até temos a sorte de ter entre os nossos um dos melhores alpinistas do planeta que em dezassete anos conseguiu o feito de se tornar no primeiro alpinista português e dos poucos do mundo a completar os catorze picos do planeta acima dos oito mil metros, sem ajuda de oxigénio, tendo sido agraciado com a Ordem do Infante D. Henrique por tão valorosos feitos.

É sem sombra de dúvida um exemplo para todos nós e por maioria de razão também para os nossos políticos que à espinhosa missão de trepar têm ainda que adicionar a árdua tarefa de tentar aproximar a base do cume, isto para que a nossa e a sua realidade não sejam tão distantes e para que a escalada possa ser mais rápida, até para nós se torna mais agradável ver caras novas lá no cume.

Mas prática vem demonstrando o oposto, pois já se viu que de oito em oito anos, talvez mais no futuro e só com oxigénio é que os nossos políticos conseguem atingir o topo, enquanto nós temos que ficar cá em baixo a vê-los trepar, sempre os mesmos, daí a minha proposta, seguindo o exemplo valoroso do nosso alpinista de classe mundial, para que os nossos políticos testem as suas reais capacidades e tentem atingir o topo, mas sem oxigénio.

Anónimo disse...

“Soneto da alternância”

Já se perfilaram hoje no horizonte
Os novos salvadores da pátria nossa
Que os ora ao leme nos cavaram a fossa
Esperança nova como uma nova ponte

Nova ponte velha eu que o conte
Melhores rodas vi p’ra nossa carroça
Mas o ora tu ora eu só nos destroça
Água nova brotará agora da fonte

É a bem do povo é a bem da nação
Dizem-nos e ainda bem à boca cheia
Que mentira só é verdade por repetição

Haverá sempre uma maioria que o creia
Que povo cansado de tanta aberração
Na falta de melhor verdade mentira anseia.

PM disse...

Ó Pina não te atrapalhes.

“Real”

Atrapalhado, nas bocas da oposição, está o governo, isto segundo dizem a propósito do adiamento da entrada em vigor das portagens nas Scuts, após a apresentação das condições que estes, oposição, apresentaram para viabilizar no parlamento a entrada em vigor destas alterações.

Atrapalhada, nas bocas do governo, está oposição, pois segundo estes o adiamento nada teve a ver com esta jogada da oposição, mas sim com a forma de encontrar a solução técnica que melhor assegure a concretização do acordo com vista à defesa do superior interesse nacional.

Atrapalhados ficarão os que no futuro tiverem que cruzar aquelas vias pois a portagem segundo ouvi não vai ser nada meiga, só que no entretanto enquanto o pau vai e vem folgam as costas, o pior será quando terminar a trapalhada em que estão metidos governantes e oposição, para nós melhor será que não termine, assim folgamos um pouco mais.

A propósito de folgar e trapalhadas à parte três notícias do país Real me marcaram hoje, a primeira mais triste, foi a do encerramento do 24 horas após 12 anos nas bancas, dizem eles, “Os trafulhas já podem descansar. Os políticos já podem prometer o céu. Os famosos já podem acumular dívidas. Os actores já podem trocar de namorada todos os dias. A partir de amanhã, o 24 horas já não estará cá para contar tudo. FIM”, é o convite à trapalhada silenciosa.

A segunda mais alegre, também por ora silenciada, é bem Real e revela um sentido dos valores tradicionais e da família, muito vincados, bem como uma grande inteligência, revelada na resposta à pergunta “Faz nudismo ou topless?”, “Adoro as marcas do biquíni.”, mas é também reveladora de uma grande trapalhada pela forma como o assunto foi tratado pelas autoridades.

E a terceira exuberante, é a forma como iremos festejar a vitória no jogo de logo mais, quer vença Portugal, ou Espanha, festejemos até cair para o lado a fabulosa vitória Ibérica que esta representará no campeonato do mundo, pois só desta forma folgaremos um pouco mais, esquecendo as trapalhadas do país Real, das oposições e das governações.