Os terrenos da prisão do Pinheiro da Cruz, no litoral alentejano, são a jóia mais cobiçada pelos grupos turísticos nacionais. Sonae, Pestana, Amorim Turismo e Espírito Santo estão atentos e já demonstraram, embora de forma velada, apetite por explorar o potencial imenso oferecido por uma área de 1.500 hectares (equivalente a 1.500 campos de futebol) e com uma frente de praia de três quilómetros.
O interesse surge, naturalmente, depois do Governo ter decidido deslocalizar o estabelecimento prisional do Pinheiro da Cruz para a região do Canal Caveira, também no concelho de Grândola. Com esta transferência, o Ministério da Justiça deverá colocar à venda os terrenos da prisão, os quais poderão ser utilizados para fins turísticos. Em tempo de 'vacas magras' a alienação dos 1.500 hectares poderá permitir ao Estado um encaixe financeiro chorudo entre os 5,25 e os 7,5 mil milhões de euros. Este intervalo resulta de se contabilizar o preço de um hectare num intervalo entre os 3,5 e os cinco milhões de euros.
O aproveitamento turístico dos terrenos é inevitável e assumido pelo presidente da Câmara Municipal de Grândola. "Estamos receptivos a uma operação desse tipo desde que o índice de ocupação se mantenha ao nível do que já foi aprovado na costa atlântica", afirmou Carlos Beato ao Negócios.
in: Jornal de Negócios
2 comentários:
"Final feliz"
O candidato Vieira
Com sua grande presunção
Não se coíbe, faz asneira
Mas lá vai metendo a mão
De Vieira e de louco
Diz o povo e com razão
Todos temos um pouco
E lá vamos metendo a mão
E de a mão tanto meter
E de ninguém pôr mão nisto
Meus senhores está-se a ver
Desde o coitado ao ministro
Todos de lá queriam comer
Até que rebentaram com isto.
Ó Pina também lá havia polvo na brasa.
“Crise leva-me a Alvalade”
Se a crise leva uns a Madrid, outros a Berlim e Bruxelas e ainda alguns a Nova Iorque, a mim devo confessar levou-me a Alvalade, talvez para desanuviar da intoxicação de notícias sobre o mau estado das coisas resolvi desligar dos canais habituais e partir, de manhã umas braçadas na piscina do LATI, após o repasto no MC Donald’s de Aires, a festa de anos da filha de um compadre no Vale Ana Gomes, até aqui tudo normal.
Umas imperiais, croquetes, rissóis e quiches de legumes depois lá se iniciou a viagem rumo a Alvalade, passados noventa minutos e quinhentos anos lá chegámos ao destino, estávamos agora em 1510, às portas de Alvalade do Sado, Alvalade Medieval nas Comemorações dos 500 anos do Foral Manuelino, primeira surpresa com os diabos, não parecia haver crise, pessoal aos magotes e três réis e meio cada ingresso, lá entrámos.
É para quem conhece uma verdadeira viagem no tempo, os habitantes da freguesia participam envergando trajes da época, os cafés e restaurantes viram tavernas e casas de pasto, na praça do pelourinho estão os tronos donde Suas Altezas Reais acenam à multidão de nobres, comerciantes e servos que passam, muitas danças e folias com saltimbancos e menestréis, trovadores, encantadores de serpentes e as próprias encantadas, cartomantes e adivinhas.
Mercadores e artesãos enchem as ruas com as suas actividades, primeira paragem prevista junto à nossa amiga artesã loura e já célebre produtora de tiaras de flores secas concretizou-se como previsto, estava muito feliz, irradiava um sorriso de encantar, seria amor, tudo leva a crer que sim, cumprimentos feitos à dita e família e lá prosseguimos que por essa altura já o estômago marcava o ritmo, paragem na tabanca do turco e uma pita shoarma abaixo que se fazia tarde, cerveja é que já não, fiquei-me por um iced tea nada medieval que a coca-cola já há muito esgotara.
Vimos mercadorias de várias paragens, bijuterias, artigos de pele, espadas e tantas outras, mas a surpresa maior estava para vir quando encontrei o meu velho amigo de tantos treinos e agora artesão a tempo inteiro de brinquedos de madeira, conversámos um pouco e fiquei a saber muito, tinha estado um pouco adoentado com bronquite, a filha que o acompanhava já se formara em Filosofia e estava prestes a partir para Itália para frequentar um curso de canto lírico, já ouvi na net, canta e encanta, quero estar na estreia, seja lá quando fôr.
A esposa tinha ficado a produzir, pois a sua infecção recente não lho permitia, a outra filha já se formara em acção social e estava a fazer um mestrado em gerontologia, quantas metas alcançadas, que pai babado e convenhamos não é para menos, dizia-me ele “se tenho ficado pelo meu anterior emprego não tinha conseguido tudo isto” e que talvez um dia volte para treinar de novo connosco, fiquei feliz ao vê-lo tão realizado, comprei-lhe um brinquedo para o meu mais novo e ainda teve o desplante de me oferecer um para cada um dos outros dois, mas sempre foi assim teimoso, a crise levou-me a Alvalade mas não encontrei a crise, antes pelo contrário.
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