domingo, 12 de setembro de 2010
(Os Estudantes da Comporta sempre foram " bafejados pela sorte " )...A odisseia continua!
Passados 35 anos depois de um Abril cheio de liberdades, certezas, boas vontades, dinheiros da CEE/ União Europeia, dos terrenos da Comporta, dos impostos dos pais e outras coisas mais...
O martírio de ser Estudante nesta terra contínua.
São 7 horas da manhã, a viagem até Alcácer são 30 kms.
A chegada á Escola é na maior parte dos casos, depois do início das aulas.
Na hora de almoço, o tempo muitas vezes não chega para mastigar . Desenrasca-te " puto ", mesmo que não gostes da comida.
Durante a tarde para muitos, a fome aperta, mas o dinheiro da diária ou da mesada já foi gasto.
Acabam as aulas, ou esperam horas pela viagem de regresso, ou então correm desalmadamente até à paragem para apanhar o autocarro.
A isto pode-se acrescentar o facto das crianças estarem dias inteiros , entregues a elas próprias . Faça chuva ou faça sol; haja ou não dinheiro no bolso; haja ou não perigo de marginais nas esquinas, o alcóol nos cafés; as drogas de fácil acesso, etc..etc...etc...
Só posso dizer como diziam os nossos avós: -Seja o que Deus quizer!
E a escola na Comporta?
É que de Abril de 1974 até agora, só passaram 35 anos!?
A Comporta só está a 30 kms dos senhores dos gabinetes!? E da Escola!?
Esses foram e são os senhores do Povo, eleitos pelo o Povo, pagos pelo Povo, amigos do Povo !?
Mas os" Putos" não são do Povo?
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3 comentários:
Joseph People , LX, 13/09/10 08:51
É a reforma mais importante a fazer, a concentração autárquica.
Use-se as mesmas regras das maternidades e das escolas primárias.
Não precisamos de tantas freguesias e tantos municípios e muito menos de tanta gente a receber o RSI partidário nas câmaras municipais e juntas.
http://economico.sapo.pt/noticias/autarquias-recorrem-a-excepcao-para-empregar-mais-10-mil-funcionarios_98932.html
"E de alegre se fez triste..."
E de alegre se fez triste
Nosso fado pós-moderno
Que até na tristeza existe
A alegria do inferno
De triste se fará alegre
Nosso destino futuro
Quem um rumo persegue
Por certo derrubará o muro
Juntos nesta encruzilhada
De nada nos valem poetas
E os discursos de fachada
Já não escutamos ninguém
Mas deste país de patetas
Um pateta irá p’ra Belém.
Traduzir-se
Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir uma parte
na outra parte
— que é uma questão
de vida ou morte —
será arte?
De Na Vertigem do Dia (1975-1980)
Ferreira Gullar
Prémio Camões 2010
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