"...Só os vapores fizeram, em 1922, vinte mil contos, números redondos, em peixe
graúdo, e os cercos cinco a seis mil contos de réis em sardinha. Em Setúbal partem
todos os dias os barcos para o mar. O movimento redobra. Setúbal e Olhão são os dois
grandes portos de pesca. Sardinha – sardinha – sardinha... Esta península da Outra
Banda, limitada por duas baías, devia ser um paraíso, pelo seu excepcional clima e pela
sua luz admirável, e bastante, só ela, para, terra e mar, alimentar duas ou três vezes a
população de Lisboa, se terra e mar fossem convenientemente cultivados. Mas nós só
temos um sistema bem organizado – o da destruição..."
in:Excerto do livro de Raul Brandão, Os Pescadores.
6 comentários:
Ó Pina isto vai aquecer.
“Quinto dos infernos”
Une a saúde à segurança social
Une a defesa ao contra-ataque
Desarranjo intestinal ao traque
Trabalho deves unir ao carnaval
Não necessita ser unida a cultura
Economia e finanças fazem união
O ambiente deves unir à poluição
Os nabos unes com a agricultura
Feita a contabilidade até à exaustão
Seis ministros são quanto bastará
E na verdade o povo nem notará
Resultado da brilhante governação
Ocupado nestes tempos modernos
Andará, lá pró quinto dos infernos.
Ó Pina a mudança começa em ti.
“Muda-te”
Maioria para a mudança!
Tem data e hora marcada
Pior é se não muda nada
Quem irá encher a pança?
Serão os da governança?
E mais os da retaguarda?
Melhor gritar, ó da guarda!
Não se viu já esta dança?
Eles entrarão com pujança?
De espingarda municiada?
Ou a pólvora está molhada?
Gastou-se toda a esperança!
Muda-te para outra esplanada
Se não queres levar porrada.
Ó Pina se quiseres também te ajudam.
“O império contra-ataca”
Prenderam a Jesus Cristo
Lá para os lados de Atenas
Ou um descendente apenas?
Nunca tinha visto estas cenas
Os soldados do imperador
Tinham uns cascos do baril
Usavam filtros no trombil
Distribuíam a mais de mil
Usava um casaco vermelho
Que envolvia cada joelho
Arrearam-lhe com jeitinho
Para quando se vir ao espelho
Ter intacto o seu corpinho
E ajudaram-no no caminho.
Ó Pina diverte-te.
“Os palhaços”
Resolver a crise financeira
Crescimento a seguir vem
E o estado social também
Acabar com a bandalheira
Preparar a nossa juventude
Estancar os esbanjamentos
Anular os constrangimentos
Que a justiça também mude
Tornar toda a malta saudável
Correr com todos os bandidos
Parece uma lista louvável
O pior é que estamos falidos
Quem será o responsável
Por mater-nos divertidos?
Ó Pina paz às nossas almas.
“Triste sina”
Aterrarão amanhã outra vez
Com o governo reúnem os três
Eles que não tomaram posse
Verão o que é bom pr’a tosse
Pró catarro e rouquidão também
Outro personagem também vem
Todo de negro e capuz, é a morte
Parece ter acabado a nossa sorte
Esta é uma missão espiritual
Vêm dar-nos a extrema-unção
Nunca supus, é o fim afinal
Estão cá pr’a salvar nossas almas
Já que o resto não tem salvação
Aqui vai uma salva de palmas.
Espanha pede ajuda à União Europeia por causa dos pepinos;
já Portugal pediu ajuda à União Europeia por causa duns nabos...
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