quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Continuando a Esmiuçar os Patranheiros

Vamos continuar a nossa análise ao documento Herdade da Comporta - Documentos de Sustentabilidade com edição em Outubro de 2006.





No capítulo destinado às práticas sociais da Herdade da Comporta pode ler-se o seguinte:

"MEDIDAS DE INTERVENÇÃO

O programa de requalificação é composto pelas seguintes medidas de intervenção:"

Bem, isto parecenos tão surreal, que nem sabemos por onde começar. São supostas medidas de intervenção, para requalificar. O "peixe que vendem" é um conjunto de boas práticas que beneficiariam a população da Comporta. Mas vamos analisar ponto a ponto...

• "criação de infra-estruturas subterrâneas com água canalizada, esgotos, electricidade, gás e rede telefónica;"
Realmente andaram por cá a esburacar as estradas para passar não se sabe bem o quê. A água canalizada, já existia... Os esgotos? Não nos parece... Gás canalizado? Não temos... Rede telefónica? Electricidade? Também não...

• "criação de estações de tratamento de águas residuais (ETAR’s) ou melhoramento das existentes para resolver os riscos ambientais decorrentes do uso de fossas individuais (muitas vezes construídas perto de pontos de captação de água);"
Criação de ETAR's? Não. A ETAR existente, nos Brejos da Carregueira, já existia à data da publicação do documento, onde se pode ler "Nos Brejos de Cima mudaram duas coisas importantes: passou a haver tratamento de esgotos, criaram uma ETAR(...)".

• "construção de lotes residenciais, para fazer face à habitação precária. Uma parte dos lotes são destinados aos residentes, outra parte será colocada no mercado imobiliário para venda. Esta medida vai promover, ao mesmo tempo, condições para um maior interrelacionamento dos residentes com os novos habitantes das aldeias;"
Este é outro ponto bastante controverso, lotes residenciais. A ideia? Fantástica! Lotes destinados aos residentes. Na prática só vemos criação de lotes para venda a preços astronómicos e destinados ao turismo. A parte do inter-relacionamento parece-nos cómica.

• "criação de sistemas de recolha selectiva de resíduos e eliminação das lixeiras selvagens;"
Não comentamos!?

• "requalificação paisagística com a criação ou melhoramento de arruamentos, passeios, iluminação pública sem cabos aéreos, jardins, plantação de árvores e ciclovias."
Iluminação? Ciclovias? Jardins? Eliminação de cabos aérios?

Como dizíamos, na teoria um conjunto de boas práticas que beneficiariam a população da Comporta. Na prática é uma utopia que criaram para enganar não sabemos bem quem. Deve ser o documento com mais promessas e logros que já lemos. Faz este mês 3 anos de publicação... 3 anos!

PS: Caso estejamos a cometer algum equívoco, são livres de nos corrigir, porque nem toda a gente sabe tudo. As pessoas que estão nas autarquias têm acesso privilegiado à informação e acabam por ser elas próprias a dizer barbaridades inoportunas... Pelo menos nós temos a humildade de reconhecer...

5 comentários:

Anónimo disse...

è, é.. em Grândola também estão a "requalificar" a cena arrancando árvores plantadas no mandato passado, pois!
Está tudo parvo... haja paciência!

PM disse...

“Deus, Saramago e os outros”

Caro Senhor Eurodeputado quantas vezes já se deslocou a Viena para assistir à ópera num dos faustosos salões da Volksoper Vienna Opera House, presumo que algumas, mas caso ainda não tenha ido aconselho-o a que vá, esta temporada tem um programa bem recheado.

Caro Senhor Eurodeputado quantas vezes já se deslocou a Cucujães de Baixo para verificar as paupérrimas condições em que vive a D.Alzira com a sua parca reforma, presumo que nenhuma, e ainda assim aconselho-o a que não vá, pois poderia ferir a sua sensibilidade e bem precisa dela para apreciar as belezas dessa Europa

Caro Senhor Eurodeputado quantas vezes já se deslocou a Salzburgo para assistir à fabulosa interpretação das obras de Mozart, presumo que algumas, mas caso ainda não tenha ido aconselho-o a que vá, esta temporada tem algumas boas estreias.

Caro Senhor Eurodeputado quantas vezes já se deslocou a Cucujães de Cima para verificar as dificuldades que o Sr.Apolinário tem para ir vivendo e pagar o rol de medicamentos que tem que tomar, presumo que nenhuma, e ainda assim aconselho-o a que não vá, pois poderia retirar-lhe o animo e bem precisa dele para lutar por nós aí.

Caro Senhor Eurodeputado aconselho-o a que fique por aí muitos e bons anos a lutar pela melhoria das condições de vida de todos nós, que bem precisamos e nos tempos livres vá gozando também algumas das belezas e da gastronomia dessas paragens, a propósito não se esqueça daquele restaurante muito famoso no centro de Bruxelas, do qual agora não me lembro o nome e se puder dê uma boa gorjeta ao Luís que serve aí à mesa e que é sobrinho da D.Alzira.

Já agora e se me permite Senhor Eurodeputado só um último conselho não tente meter-se nos assuntos onde estejam envolvidos Deus e Saramago, porque o Senhor nem em bicos de pés chega a tocar nas vigas que suportam o soalho que ambos pisam.

PM disse...

“Ca.Gay”

Estranha forma de vida, coração independente, só temos é que respeitar as opções de cada um e cada um é livre de tomar as opções que mais lhes convenham, até porque há já respeitados sexólogos que defendem a existência de cinco sexos, os dois tradicionais e mais o pseudo-hermafroditismo masculino, o pseudo-hermafroditismo feminino e o hermafroditismo verdadeiro, até aqui tudo bem.

Agora no que não podemos Ca.Gar é na forma amplamente noticiada na nossa imprensa escrita, segundo a qual o nosso executivo escolheu para tema prioritário da legislatura logo após a tomada de posse, o casamento gay, é um bom tema sim Senhor, mas será esta a nossa principal prioridade no momento actual ?

Mas então se é por aqui que tencionam começar, eu até posso concordar que o façam, mas não da forma tradicional que é esticar o tema até à exaustão, quinze meses à volta do tema hã ? à espera que a crise passe e o povo adormeça ao som dessa música … não, não, não, então tratemos logo de conferir os direitos a quem de direito e passemos depois aos temas seguintes.

Caso contrário corremos o risco de ter legislaturas em que muito se discute e pouco se concretiza, seja ele em grandes reformas que por serem tão grandes teimam em não acontecer ou em projectos megalómanos que eu não sei se este país tem músculo para aguentar, em contraponto acho que no momento actual existem outros assuntos nos quais não podemos Ca.Gar, pois mais do que circo, há por aí muito povo a necessitar de pão e temo que venham a ser mais no futuro próximo.

E se como eu costumo dizer gerir, ou neste caso governar é conseguir o máximo com o mínimo, estabelecendo prioridades e aplicando algumas regras de bom senso, existindo várias formas de o concretizar, sendo que uma delas é por exemplo não tornar os sobrinhos ricos, vamos então e neste momento complicado esquecer os sobrinhos e de facto governar ou gerir tendo em vista as prioridades que farão este país inverter a tendência de descida nas tabelas classificativas no seio da união europeia e outras.

Áh, e se quiserem podem casar já amanhã fazendo-o no Reino Unido, que já há muito resolveu este assunto, pois uma conhecida companhia low-cost está a oferecer viagem de ida e volta pela módica quantia de vinte e dois euros, viajando de pé e sem direito a ir ao WC, boa viagem.

Anónimo disse...

Estranha forma de vida

Foi por vontade de Deus
que eu vivo nesta ansiedade.
Que todos os ais são meus,
Que é toda a minha saudade.
Foi por vontade de Deus.

Que estranha forma de vida
tem este meu coração:
vive de forma perdida;
Quem lhe daria o condão?
Que estranha forma de vida.

Coração independente,
coração que não comando:
vive perdido entre a gente,
teimosamente sangrando,
coração independente.

Eu não te acompanho mais:
para, deixa de bater.
Se não sabes aonde vais,
porque teimas em correr,
eu não te acompanho mais.

(Alfredo Duarte / Amália Rodrigues)

Anónimo disse...

Pessoal, temos nova "casa". Visitem-nos. Ainda estamos em fase de testes. Um grande abraço e votos de excelente trabalho.

http://juntarforcasgrandola.blogs.sapo.pt/

C.Coordenadora do Bloco de Esquerda de G^randola