Vimos por este meio convidar o povo da Freguesia da Comporta, assim como todos os interessados, a estarem presentes no esclarecimento público sobre a situação política da Freguesia.
Este evento tem como objectivo dar a conhecer a posição do Bloco de Esquerda em relação aos últimos acontecimentos.
Amanhã, dia 16 de Dezembro, pelas 21 horas, convidamos todos a irem ao Audítório da Comporta para ouvir, perguntar e falar.
Bloco de Esquerda
Bloco de Esquerda
3 comentários:
Afinal vamos ao circo, ou estamos no circo ?
O palhaço
00h30m
por Mário Crespo
O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco. E diz que não fez nada. O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.
O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si. O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde. É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha. O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos. O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas. O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém. Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem. O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.
Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.
O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.
E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.
Ou nós, ou o palhaço.
Euforia
cai neve no cérebro vivo do imaculado - dizem
que este milagres só são possíveis com rosas e
enganos - precisamente no segundo em que a insónia
transmuda os metais diurnos em estrume do coração
dizem também
que um duende dança na erecção do enforcado - o fulgor
dos sémenes venenosos alastra no brilho dos olhos e
um sussurro de tinta preta aflora os lábios
fere a mão de gelo que se aproxima da boca
o vómito da luz ergue-se
das palavras ditas em surdina
a seguir vem o sono
e o miraculado entra no voo dos cisnes
o dia cansa-se
na brutalidade com que a voz se atira contra as paredes
abrindo fendas
em toda a extensão das veias e dos tendões
quando desperta com o crepúsculo
o miraculado olha-nos fixamente e sorri
dá-nos uma rosa em forma de estilete - fechamos os olhos
sabendo que este é o maior engano
da eternidade
Al-Berto
Horto de Incêndio
Ó Pina por aí a instalação da Junta já quase se pode considerar um mito.
“Mitos”
Há muito anos ainda a terra era plana, e ai de quem se atrevesse a dizer o contrário pois logo seria condenado por contrariar a teoria aceite entre os iluminados da época, este mito só muitos anos mais tarde viria a ser desfeito, tendo-se aceite aquilo que hoje se sabe, com base em descobertas posteriores.
Por falar em mitos houve depois um tempo em que era muito comum o nosso planeta ser visitado por objectos voadores não identificados, ou Ovnis, havendo imensos relatos e até um espécime de ET muito bem guardado nos EUA, estranhamente desde há muitos anos a esta parte os ET’s deixaram de se interessar por nós.
Veio depois um mito bastante mais simples e próximo de todos que foi o do uso de botas ortopédicas, quase todos numa certa idade necessitávamos para corrigir defeitos de postura dos membros inferiores, houve depois o mito da necessidade de correcção da dentição com recurso aos chamados aparelhos, este ainda se mantem só os aparelhos é que evoluíram em sofisticação.
Fomos depois visitados pelo mito do ano 2000, aqui d’el Rei que o mundo iria acabar, mas como era uma ideia demasiado pouco crível, eis que aí sim seria o fim de muitos sistemas informáticos, o que provocaria uma caos imenso, do qual não cheguei a sentir os efeitos, provavelmente porque estava muito distraído.
Mas isto ainda não é nada pois seguiram-se os mitos das vacas loucas, das quais não sei se restam algumas, mas aquelas com as quais me cruzo esporadicamente têm-se-me afigurado bastante sãs de corpo e mente, o da gripe das aves, dos porcos que embora provoquem danos infimamente inferiores quando comparados com outras doenças da humanidade, não sei bem porquê dominaram e dominam até à exaustão o espaço mediático.
Agora visita-nos a crise, não a elevaria à categoria de mito porque afecta de facto muita gente, mas então o que dizer do tempo em que meia dúzia de sardinhas e meio pão tinham que chegar para a refeição de uma família de treze pessoas, como era comum existirem naquela época, comparativamente, agora estaremos a atravessar uma crise de abundância, que nos diz quem sabe não tarda nada já terá terminado.
Do aquecimento global também já não nos livramos, pois nos biliões de anos que o planeta já leva seguramente muitos ciclos de arrefecimento, seguidos por outros de aquecimento se deram e será esta portanto uma regra da natureza que não vamos poder contrariar pois como já ouvi alguém dizer e muito bem, com a natureza não se negoceia.
E que poderemos mais esperar então, talvez o mito do fim dos mitos, não sei se não seria uma boa escolha pois permitir-nos-ia concentrar esforços na resolução de problemas que de facto afectam milhares de seres nossos iguais, os quais nos passam na maior parte do tempo despercebidos enquanto andamos distraídos com os outros mitos.
Enviar um comentário