terça-feira, 30 de março de 2010
Eu sou daquele e deste tempo!
Eu sou do tempo em que não olhavam para mim, como se fosse uma espécie rara!
Naquela Comporta onde corria pelos pinhais à procura de ninhos...
Onde se podia nadar no rio junto aos caís!
Onde o povo ocupava o seu lugar com respeito!
Onde brincava no jardim do Prédio sem que houve-se vedações e barreiras!
Do tempo onde se conhecia os turistas pelos nomes!
Sou também do tempo onde não me sentia explorado pelo capitalismo sufocante e salazarento!
Do tempo do cinema, do futebol federado, do teatro, da juventude irreverente e interventiva…
Onde não existia a pasmaceira!
Onde não imperava o estilo “Velhos-do-Restelo”…
Sou de outro saudoso e belo tempo!
Do tempo em que esta foto também Opina…
domingo, 28 de março de 2010
Marcha de Protesto dos Agricultores da Herdade da Comporta
Hoje dia 28 de Março de 2010 os Agricultores/rendeiros dos terrenos agrícolas que são pertença da Herdade da Comporta (empresa), desfilaram pelo Carvalhal, Torre, Possanco, Carrasqueira e Comporta. Dirigiram-se depois para a zona onde estava a decorrer a 4ª edição do Atlantic-Tour 2010, onde lhes esperava um forte contingente de segurança privada e da GNR. Sendo-lhes impedido o acesso ao recinto do evento fizeram um breve discurso e tiveram de fazer inversão de marcha para regressar à Aldeia da Comporta.
Segundo o comunicado da associação dos Agricultores o protesto tem a vêr com os seguintes pontos:
"-Pela renovação dos contratos na opção de arrendamento anual.
-Pela suspenção da actual lei do arrendamento rural e pela exigência de uma nova lei que garanta estabilidade, no respeito pelos direitos dos agricultores/rendeiros, defesa da actividade agrícola e dos interesses nacionais como determina a constituição da Republica Portuguesa.
-Não a regulamentos impostos que põem em causa a actividade agrícola e que não respeitam os direitos dos rendeiros.
-Não queremos aumentar o flagêlo do desemprego nem engrossar a pobreza.
-Queremos produzir em defesa da economia da região e do País e do rendimento justo do nosso trabalho.
-Mais do que nunca a união dos rendeiros da Herdade da Comporta é necessária e imprescindível na defesa
da nossa sobrevivência e das nossas famílias."
Segundo o comunicado da associação dos Agricultores o protesto tem a vêr com os seguintes pontos:
"-Pela renovação dos contratos na opção de arrendamento anual.
-Pela suspenção da actual lei do arrendamento rural e pela exigência de uma nova lei que garanta estabilidade, no respeito pelos direitos dos agricultores/rendeiros, defesa da actividade agrícola e dos interesses nacionais como determina a constituição da Republica Portuguesa.
-Não a regulamentos impostos que põem em causa a actividade agrícola e que não respeitam os direitos dos rendeiros.
-Não queremos aumentar o flagêlo do desemprego nem engrossar a pobreza.
-Queremos produzir em defesa da economia da região e do País e do rendimento justo do nosso trabalho.
-Mais do que nunca a união dos rendeiros da Herdade da Comporta é necessária e imprescindível na defesa
da nossa sobrevivência e das nossas famílias."
sábado, 27 de março de 2010
Truques ou agnosia ? Para os outros e para "Tolas"!..
A Lei nº 169/99, de 18 de Setembro, com a alteração que lhe foi introduzida pela Lei nº 5-A/2002, de 11 de Janeiro, contempla dois tipos de intervenção do público.
Uma primeira faculdade de intervenção prende-se com a possibilidade de convocação, por parte dos cidadãos do órgão deliberativo da freguesia ou do município (Assembleia de Freguesia ou Assembleia Municipal). Nos artigos 14º e 50º é-nos dito como é que um grupo de cidadãos pode convocar, extraordinariamente um dos órgãos referidos, e nos artigos 15º e 51º a forma de intervenção do público nessa mesma sessão extraordinária. Nessas circunstâncias os requerentes terão que designar dois representantes que exporão e discutirão as questões em apreciação pelo órgão.
Uma segunda possibilidade é a que se prende com o direito de qualquer freguês ou munícipe poderem intervir, por si, nos trabalhos dos órgãos autárquicos.
Sendo as sessões das Assembleias de Freguesia e Municipais públicas, como acha o nº 1 do artigo 84º da Lei que vimos referindo, deverá a Assembleia determinar, no seu Regimento o período em que essas intervenções poderão ter lugar. Não existindo Regimento deverá o interessado solicitar ao Presidente da Assembleia que observe o nº 6 do mesmo artigo 84º e abra, no início ou final da discussão dos pontos previstos na Ordem de Trabalhos (o princípio da estabilidade da O.T. deve ser respeitado), um período de intervenção destinado ao público. Importará referir que não pode ser negada, em qualquer circunstância, a intervenção do mesmo público.
A participação das populações nas reuniões dos Executivos (Juntas de Freguesia e Câmaras Municipais) é também possível. Porém, tal possibilidade resume-se às reuniões públicas dos órgãos referidos que deverão, para tanto, reunir com portas franqueadas, pelo menos, uma vez por mês.
Fica claro, portanto, que não pode ser vedada a participação de qualquer cidadão nas reuniões dos órgãos deliberativos dos municípios e das freguesias e que é possível o uso do mesmo direito nas reuniões públicas dos órgãos autárquicos executivos.
quinta-feira, 25 de março de 2010
" O Rei vêm nu "
A Herdade da Comporta recebe sábado, dia 27 de Março, a partir das 13h00, o “Troféu Príncipe da Beira”, uma prova de Dressage apadrinhada por D. Afonso de Bragança, que integra o programa do Atlantic Tour pela primeira vez.
A prova, no âmbito das comemoração do 14º aniversário do Príncipe da Beira, D. Afonso de Bragança, pretende homenagear a ligação que os Duques de Bragança desde sempre tiveram com o desporto equestre. O troféu é um dos atractivos do fim-de-semana que marca o fim da quarta edição do Atlantic Tour.
A prova, no âmbito das comemoração do 14º aniversário do Príncipe da Beira, D. Afonso de Bragança, pretende homenagear a ligação que os Duques de Bragança desde sempre tiveram com o desporto equestre. O troféu é um dos atractivos do fim-de-semana que marca o fim da quarta edição do Atlantic Tour.
quarta-feira, 24 de março de 2010
Estão à espera do quê?
Pouco tempo depois de permitirem um casamento nestas RUINAS, caiu parte do telhado desse mesmo celeiro. Caiu para cima de parte de uma casa. Felizmente ninguém ficou ferido...
Tristemente, esse aviso não surtiu qualquer efeito.
Os celeiros, que curiosamente dividem a rua com a Junta de Freguesia da Comporta, continuam numa degradação constante.Aos olhos de todos os que querem ver, e também daqueles que fingem que não querem ver, o perigo vai aumentando... Umas partes com telhado, outras já sem ele, mas a nosso ver a ameaça é eminente.
Fica aqui a nossa preocupação, e um aviso que deveria ser desnecessário.
terça-feira, 23 de março de 2010
-Vendam do meu vinho seus salôios!
"O bom vinho é um camarada bondoso e de confiança, quando tomado com sabedoria."
- William Shakespeare
segunda-feira, 22 de março de 2010
" O Cavalo de Tróia "
Para a quase totalidade dos comerciantes e dos habitantes da nossa freguesia, o evento hipíco que decorre na Carrasqueira ( Comporta ) mais se parece com a lendária invasão, na então também lendária cidade de Tróia...
Da "Espiritolândia" nada de novo e de bom, para este povo das "Aldeias da Comportérix"...
Da "Espiritolândia" nada de novo e de bom, para este povo das "Aldeias da Comportérix"...
domingo, 21 de março de 2010
Hoje é o dia Mundial da Poesia. Homenagem a Mário Viegas
“A minha vida é o Teatro e o Teatro é a minha vida“
António Mário Lopes Viegas (nasceu em Santarém a 10 de Novembro de 1948). Foi um grande actor (ganhou o prémio Garret de melhor actor em 1987) e encenador português. Foi também um exímio declamador de poesia. Faleceu, em Lisboa. Como a poesia fez parte da sua vida, deixamos aqui uma pequena lembrança: " podendo ouvi-lo a dizer um poema ..."
António Mário Lopes Viegas (nasceu em Santarém a 10 de Novembro de 1948). Foi um grande actor (ganhou o prémio Garret de melhor actor em 1987) e encenador português. Foi também um exímio declamador de poesia. Faleceu, em Lisboa. Como a poesia fez parte da sua vida, deixamos aqui uma pequena lembrança: " podendo ouvi-lo a dizer um poema ..."
Hoje é o dia Mundial da Poesia.
De:Sophia de Mello Breyner Andresen
As pessoas sensíveis não são capazes
De matar galinhas
Porém são capazes
De comer galinhas
O dinheiro cheira a pobre e cheira
À roupa do seu corpo
Aquela roupa
Que depois da chuva secou sobre o corpo
Porque não tinham outra
O dinheiro cheira a pobre e cheira
A roupa
Que depois do suor não foi lavada
Porque não tinham outra
"Ganharás o pão com o suor do teu rosto"
Assim nos foi imposto
E não:
"Com o suor dos outros ganharás o pão".
Ó vendilhões do templo
Ó construtores
Das grandes estátuas balofas e pesadas
Ó cheios de devoção e de proveito
Perdoai-lhes Senhor
Porque eles sabem o que fazem.
As pessoas sensíveis não são capazes
De matar galinhas
Porém são capazes
De comer galinhas
O dinheiro cheira a pobre e cheira
À roupa do seu corpo
Aquela roupa
Que depois da chuva secou sobre o corpo
Porque não tinham outra
O dinheiro cheira a pobre e cheira
A roupa
Que depois do suor não foi lavada
Porque não tinham outra
"Ganharás o pão com o suor do teu rosto"
Assim nos foi imposto
E não:
"Com o suor dos outros ganharás o pão".
Ó vendilhões do templo
Ó construtores
Das grandes estátuas balofas e pesadas
Ó cheios de devoção e de proveito
Perdoai-lhes Senhor
Porque eles sabem o que fazem.
quinta-feira, 18 de março de 2010
Golfe: Herdade da Comporta quer organização da Ryder Cup'2018
Herdade da Comporta está na corrida à organização da Ryder Cup, o terceiro maior espetáculo desportivo do mundo e que Portugal quer receber no ano de 2018. A proposta tem como objetivo impulsionar o Alentejo Litoral como novo destino turístico europeu, contribuindo para o desenvolvimento económico da região e do país.
A candidatura de Portugal à organização da Ryder Cup 2018 foi formalmente apresentada no dia 26 de fevereiro. Até ao final de abril, estará concluído o processo de selecção da proposta nacional, seguindo-se a campanha internacional em que Portugal vai concorrer contra Espanha, França, Alemanha, Holanda e Suécia.
A Herdade da Comporta reúne todas as condições para que Portugal conquiste a organização da Ryder Cup em 2018, aliando uma oferta hoteleira de qualidade superior a uma envolvente natural única, com condições climáticas excepcionais para a prática de golfe, e o cumprimento integral de todos os requisitos técnicos da prova.
"O evento será o drive do novo destino turístico europeu: o Alentejo Litoral, onde se pretende desenvolver um turismo de qualidade, de baixa densidade e que passe a ser uma referência, a nível internacional, do ponto de vista ambiental", segundo Carlos Cortês, administrador da Herdade da Comporta.
in: Record
A candidatura de Portugal à organização da Ryder Cup 2018 foi formalmente apresentada no dia 26 de fevereiro. Até ao final de abril, estará concluído o processo de selecção da proposta nacional, seguindo-se a campanha internacional em que Portugal vai concorrer contra Espanha, França, Alemanha, Holanda e Suécia.
A Herdade da Comporta reúne todas as condições para que Portugal conquiste a organização da Ryder Cup em 2018, aliando uma oferta hoteleira de qualidade superior a uma envolvente natural única, com condições climáticas excepcionais para a prática de golfe, e o cumprimento integral de todos os requisitos técnicos da prova.
"O evento será o drive do novo destino turístico europeu: o Alentejo Litoral, onde se pretende desenvolver um turismo de qualidade, de baixa densidade e que passe a ser uma referência, a nível internacional, do ponto de vista ambiental", segundo Carlos Cortês, administrador da Herdade da Comporta.
in: Record
domingo, 14 de março de 2010
Paleontologia e Arqueologia do estuário do Sado
O estuário do Sado integrou o estuário do Tejo até há dois milhões de anos, como atestam os vestígios paleontológicos comuns.
O mar ocupou periodicamente vastas áreas adjacentes durante a Era Paleozóica (iniciada há 2.500 milhões de anos), enquanto a Europa se separava da América e se consolidava o maciço vulcânico da margem Norte do Tejo. Abundam os fósseis de gastrópodes, moluscos e amonites desta época.
Na era Mesozóica (iniciada há 225 milhões de anos), a Península Ibérica encontrava-se coberta de lagos salgados e quentes e, no final, a África continuava a separar-se da América do Sul. No final desta Era, deu-se a extinção dos grandes sáurios, de que há vestígios na Arrábida. Os dinossáurios abundavam na região dos estuários do Sado e Tejo, atestando a existência de uma vegetação luxuriante.
Na Era Cenozóica (iniciada há 65 milhões de anos) houve importantes avanços e recuos do mar, relacionados com a actividade vulcânica e as glaciações que cobriram periodica-mente a Europa, com grande reflexo na formação das bacias hidrográficas e na erosão dos solos. Tubarões, mastodontes, crocodilos do Miocénico e elefantes do Pliocénico habitaram o estuário e zonas adjacentes.
No Miocénico Superior, iniciado há 10 milhões de anos, com a formação do maciço da Arrábida o Sado encurva-se para Oeste e separa-se definitivamente do Tejo.
Os estuários do Sado e Tejo não partilharam apenas a geologia e paleontologia, mas, devido à proximidade, também possuem vestígios arqueológicos de uma História comum que, por vezes, se confunde, devido, em parte, às vias fluviais que os unem, como a Cala Real, o rio Judeu e o rio Coina.
Hoje utiliza-se muito a expressão “Península de Setúbal” que se deve não só às razões geográficas como também às afinidades culturais e históricas. Esta península, desenhada pelos dois grandes estuários, do Tejo e do Sado, está hoje sujeita a uma forte pressão urbanística que ameaça os Parques e Reservas Naturais que a rodeiam.
A ocupação humana dos estuários do Tejo e Sado remonta ao Paleolítico, como se vê nas estações da Base Aérea do Montijo, Cascalheira e no Alto da Pacheca, em Alcochete. Os concheiros mesolíticos de Muge, assim chamados por serem estações que apresentam grandes depósitos de conchas, estão entre os mais importantes do mundo, com um registo de mais de trezentos esqueletos de há 6.000 anos, alguns em bom estado.
Eram populações já sedentarizadas, com práticas sociais e funerárias.
Há vestígios do Paleolítico na margem Norte do estuário do Sado, e do Neolítico na margem Sul, nas jazidas do Celeiro Velho, Malhada Alta, Possanco, Pontal Barrosinha e Sapalinho; na margem Norte, na Rua General Daniel de Sousa / Rua Frei António das Chagas (Setúbal), na Mitrena e no Faralhão.
Da cultura Megalítica, que se julga ter aparecido na Península Ibérica, difundindo-se depois por toda a Europa, há que referir as grutas artificiais, escavadas durante o Calcolítico, de que são exemplo as Grutas da Quinta do Anjo, em Palmela, bem como a Anta de Canha.
As características naturais do estuário eram então muito diferentes, sem o cordão dunar de Tróia, que era uma ilha, e a zona da Comporta integrada num sistema lagunar aberto ao mar, o que lhe conferia condições particulares de produtividade piscícola.
Estas extraordinárias condições estuarinas permitiram, por todo o lado, a revolução agrícola e a pri-meira Grande Vaga Civilizacional com a progressiva sedentarização e crescimento demográfico, basea-do fundamentalmente numa economia de pesca/recolecção, complementada com a agricultura e a criação de gado, já então praticadas.
As jazidas neolíticas desta zona (Celeiro Velho, Malhada Alta, Possanco, Pontal, Barrosinha e Sapalinho) revelam níveis de concheiro e artefactos que permitem estabelecer a evolução desde a primeira fixação humana na zona (Pontal), até ao início da Idade do Bronze, altura em que se processou o desenvolvimento da agro-pastorícia e do comércio. A generalização da guerra, que obrigou as populações do Calcolítico a trocarem os locais baixos por zonas elevadas com boas condições naturais de defesa, poderá estar na origem do abandono da zona por parte de grupos humanos, implicando a falta de vestígios arqueológicos posteriores.
in: Rotas & Destinos
O mar ocupou periodicamente vastas áreas adjacentes durante a Era Paleozóica (iniciada há 2.500 milhões de anos), enquanto a Europa se separava da América e se consolidava o maciço vulcânico da margem Norte do Tejo. Abundam os fósseis de gastrópodes, moluscos e amonites desta época.
Na era Mesozóica (iniciada há 225 milhões de anos), a Península Ibérica encontrava-se coberta de lagos salgados e quentes e, no final, a África continuava a separar-se da América do Sul. No final desta Era, deu-se a extinção dos grandes sáurios, de que há vestígios na Arrábida. Os dinossáurios abundavam na região dos estuários do Sado e Tejo, atestando a existência de uma vegetação luxuriante.
Na Era Cenozóica (iniciada há 65 milhões de anos) houve importantes avanços e recuos do mar, relacionados com a actividade vulcânica e as glaciações que cobriram periodica-mente a Europa, com grande reflexo na formação das bacias hidrográficas e na erosão dos solos. Tubarões, mastodontes, crocodilos do Miocénico e elefantes do Pliocénico habitaram o estuário e zonas adjacentes.
No Miocénico Superior, iniciado há 10 milhões de anos, com a formação do maciço da Arrábida o Sado encurva-se para Oeste e separa-se definitivamente do Tejo.
Os estuários do Sado e Tejo não partilharam apenas a geologia e paleontologia, mas, devido à proximidade, também possuem vestígios arqueológicos de uma História comum que, por vezes, se confunde, devido, em parte, às vias fluviais que os unem, como a Cala Real, o rio Judeu e o rio Coina.
Hoje utiliza-se muito a expressão “Península de Setúbal” que se deve não só às razões geográficas como também às afinidades culturais e históricas. Esta península, desenhada pelos dois grandes estuários, do Tejo e do Sado, está hoje sujeita a uma forte pressão urbanística que ameaça os Parques e Reservas Naturais que a rodeiam.
A ocupação humana dos estuários do Tejo e Sado remonta ao Paleolítico, como se vê nas estações da Base Aérea do Montijo, Cascalheira e no Alto da Pacheca, em Alcochete. Os concheiros mesolíticos de Muge, assim chamados por serem estações que apresentam grandes depósitos de conchas, estão entre os mais importantes do mundo, com um registo de mais de trezentos esqueletos de há 6.000 anos, alguns em bom estado.
Eram populações já sedentarizadas, com práticas sociais e funerárias.
Há vestígios do Paleolítico na margem Norte do estuário do Sado, e do Neolítico na margem Sul, nas jazidas do Celeiro Velho, Malhada Alta, Possanco, Pontal Barrosinha e Sapalinho; na margem Norte, na Rua General Daniel de Sousa / Rua Frei António das Chagas (Setúbal), na Mitrena e no Faralhão.
Da cultura Megalítica, que se julga ter aparecido na Península Ibérica, difundindo-se depois por toda a Europa, há que referir as grutas artificiais, escavadas durante o Calcolítico, de que são exemplo as Grutas da Quinta do Anjo, em Palmela, bem como a Anta de Canha.
As características naturais do estuário eram então muito diferentes, sem o cordão dunar de Tróia, que era uma ilha, e a zona da Comporta integrada num sistema lagunar aberto ao mar, o que lhe conferia condições particulares de produtividade piscícola.
Estas extraordinárias condições estuarinas permitiram, por todo o lado, a revolução agrícola e a pri-meira Grande Vaga Civilizacional com a progressiva sedentarização e crescimento demográfico, basea-do fundamentalmente numa economia de pesca/recolecção, complementada com a agricultura e a criação de gado, já então praticadas.
As jazidas neolíticas desta zona (Celeiro Velho, Malhada Alta, Possanco, Pontal, Barrosinha e Sapalinho) revelam níveis de concheiro e artefactos que permitem estabelecer a evolução desde a primeira fixação humana na zona (Pontal), até ao início da Idade do Bronze, altura em que se processou o desenvolvimento da agro-pastorícia e do comércio. A generalização da guerra, que obrigou as populações do Calcolítico a trocarem os locais baixos por zonas elevadas com boas condições naturais de defesa, poderá estar na origem do abandono da zona por parte de grupos humanos, implicando a falta de vestígios arqueológicos posteriores.
in: Rotas & Destinos
sábado, 13 de março de 2010
Poema de Pessoa
Mar Português
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma nao é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa, in Mensagem
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma nao é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa, in Mensagem
sexta-feira, 12 de março de 2010
segunda-feira, 8 de março de 2010
domingo, 7 de março de 2010
" COMPORTA OU O€ST€ S€M L€I !.. "
Nesta Comporta em que o meu delírio me faz acreditar ser o oeste Selvagem, aquele oeste onde não existe L€I !..
Cavalguei por muitas incontáveis horas. O meu cavalo já mostra claros sinais de esgotamento, trotando devagar e com o pescoço em baixo, mas eu não estou disposto a parar, eu sei bem que ele pode perdoar-me algum dia por tanto esforço realizado.
Travei por alguns instantes uma luta comigo mesmo. Afinal, deveria ou deva ir até lá ajudá-los, ou não? Sei muito bem que neste lugar as piores armadilhas se escondiam e se escondem nos rostos inocentes , e em outros que de inocentes nunca tiveram ou não tem nada...
Porém, já ouço a arma a ser engatilhada ruidosamente, e por alguns motivos desconhecidos para mim, não estou nervoso, as minhas mãos não suam e também não vejo o filme da minha vida a passar pela minha cabeça." Por certo, eu nunca tive vida mesmo ".
Mas, agora do que importa as reflexões sobre a vida estando às "portas da morte"? Talvez fosse ou seja uma armadilha?
Levanto os olhos, tentando enxergar melhor por debaixo da aba do chapéu velho que protege os meus miolos deste "sol " escaldante, corrupto, mentiroso e oportunista aqui do oeste. Não posso deixar de ficar desanimado com a visão que tenho.O manto de areia enche-me os olhos até onde eles conseguem alcançar.
Nesta Comporta em que o meu delírio me faz acreditar ser o oeste Selvagem, aquele oeste onde não existe L€I !..
sábado, 6 de março de 2010
Há leis para ricos e para pobres!? E para diferentes localidades do Concelho!?
Segundo a Lei nº 60/2007, de 4 de Setembro.
…
iii) A Câmara Municipal pode também, oficiosamente ou a requerimento de qualquer interessado, ordenar a demolição total ou parcial das construções que ameaçam ruir ou ofereçam perigo para a saúde pública e para a segurança das pessoas ( cf. O nº do mesmo preceito legal);…
A lei diz isto e muito mais. Lamentamos a atitude da Câmara Municipal de Alcácer do Sal, por no Torrão aplicar a Lei e na Comporta ignorá-la .
quarta-feira, 3 de março de 2010
A cobiça na Comporta, passa pela a Areia?
A próxima vez que for à praia e sacudir a areia dos pés no regresso dê alguma atenção aos pequenos grãos. São a fonte de energia do futuro, a acreditar numa empresa californiana que acaba de anunciar baterias que transformam a areia em electricidade. Para garantir que não se trata de mais uma megalomania de um qualquer inventor de Silicon Valley, a apresentação da descoberta foi feita por Arnold Schwarzenegger, o actor-governador da Califórnia E entre os convidados estavam um dos fundadores da Google e o presidente da eBay. Nesse dia, nenhum deles se importou de perder uma bela manhã de praia no Pacífico. Afinal, começaram a ver a areia com outros olhos.
Milho, cana-de-açúcar, camelina (uma planta obscura) ou dejectos de porcos, tudo tem sido utilizado nos últimos tempos como fonte de energia alternativa. Aliás, na semana passada até o lixo de Londres foi anunciado como um dos combustíveis dos aviões da British Airways a partir de 2014. Some-se a isto a energia das ondas e das marés, os moinhos eólicos e os painéis solares e percebe-se até que ponto os preços recordes do barril do petróleo em 2008 assustaram o mundo. Ou então despertaram o engenho de pessoas como K. R. Sridhar, o antigo professor de Engenharia Aeroespacial de 50 anos que há três décadas trocou a Índia pelos Estados Unidos e hoje lidera a Bloom Energy, a empresa que inventou a bateria que funciona com areia. Entre as marcas que aceitaram testar em segredo a descoberta do homem oriundo do Tamil Nadu estão gigantes como a Coca-Cola, a Wal-Mart, a Google e a eBay. As baterias da Bloom Energy deverão ainda demorar uma década a chegar às casas e aos carros, mas Schwarzenegger afirma, implacável no seu sotaque austríaco, que "têm o potencial de revolucionar a indústria energética". E o segredo é a sílica, material abundante na natureza e cujas propriedades científicas permitiram a Sridhar construir uma fonte de energia 60% mais limpa que as centrais eléctricas a carvão e, para já, 40% mais barata, o que permite em três a cinco anos amortizar o elevado preço das baterias.
Portugal, que tem praias capazes de competir com as do Tamil Nadu e até com as da Califórnia, não teve a sorte de atrair Sridhar, um cientista brilhante que durante anos ajudou a NASA a estudar como assegurar a vida em Marte e agora se diz preocupado com o ambiente na Terra. Mas mesmo assim esta é uma boa notícia para quem nunca conseguiu descobrir "óleo de rocha". Se já não nos faltava o sol nem as ondas, agora podemos contar com a areia. Quem disse que este não é um país cheio de futuro?
in: DN
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